Você já deve ter se perguntado: quantos dos meus vizinhos contraíram a Covid-19? Será que algum óbito pela doença foi registrado na minha rua? Criada há três dias pelo arquiteto urbanista Thales Mesentier, de 26 anos, a plataforma Covid Por CEP, além de responder a essas perguntas, pode ser uma forte aliada no combate à doença, já que faz um mapeamento espacial detalhado das contaminações na cidade. “Para combater a Covid é preciso saber onde ela está”, diz Thales, que também trabalha com processamento de dados.
Confira aqui casos e mortes por Covid-19 na sua rua
Um exemplo de como a leitura em escala de rua pode trazer elementos significativos para a definição de estratégias mais territorializadas no combate à pandemia é a constatação do CEP com maior número de casos e mortes da cidade: 22753-050. Ele corresponde à Rua do Amparo, em Rio das Pedras, onde já foram registrados 115 contaminações e 9 óbitos. “De posse dessa informações, dá para dizer que há um surto localizado em Rio das Pedras e que ele precisa ser controlado”, afirma Thales.
Rio amplia horário de shoppings e reabre ruas de lazer
A ferramenta criada pelo arquiteto extrai dados de fontes oficiais, como os painéis da prefeitura e do Ministério da Saúde, e os exibe de forma simplificada num grande mapa. “Os dados por rua humanizam o combate ao vírus”, afirma. “Tem a curiosidade normal do homem, de querer saber o que se passa à sua volta, mas é preciso parar para pensar também que dizer ‘são sete mil mortos’ não tem proximidade alguma com quem busca informações. A coisa muda de figura quando se informa um número tal de casos e mortes na vizinhança. Isso ajuda os cariocas a terem uma noção maior do que está acontecendo ao seu redor”, diz.
Coronavírus: ‘Praias ficam proibidas até sair a vacina’, diz Crivella
Enquanto era entrevistado por VEJA RIO, Thales checou em sua plataforma qual seria o CEP em Copacabana – bairro campeão em números de contaminações na cidade – com maior número de casos acumulados. Deu 22041-011 na cabeça: Rua Santa Clara, lado ímpar, com 76 casos e 6 mortes. ‘Era o meu CEP até o ano passado!”, surpreendeu-se o arquiteto.
+Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui