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Coronavírus: prefeitura pode fechar bares e praias, diz subsecretário

'Vamos engrossar o caldo. É grande a possibilidade de tomarmos medidas mais radicais', afirma Jorge Darze

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 22 set 2020, 17h16 - Publicado em 22 set 2020, 13h11
praia cheia
Direito de ir e vir: liminar expedida pela juíza revoga a proibição de tomar banho de mar e de sol, entre outras medidas restritivas decretadas pelo prefeito (Cleo Guimarães/Veja Rio)
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A média móvel de mortes pela Covid-19 cresceu pelo 4º dia seguido, o número de óbitos no município passou de 10 000, a ocupação nos leitos de UTI se aproxima dos 90% e a curva de contágio não achatou, como esperavam as autoridades. E agora, prefeitura? É neste panorama que o subsecretário municipal de Saúde, Jorge Darze, afirma: ‘A culpa não é do poder público. O problema é o cidadão, que ousa descumprir as regras’. Darze diz que não descarta a possibilidade de agir de forma mais rigorosa e voltar a fechar praias e bares, não sem antes testar a ideia de delimitar espaços nas areias da orla. Ele concedeu a seguinte entrevista a VEJA RIO:

O clima na entrevista mais recente do prefeito Marcelo Crivella era de preocupação com o quadro atual da pandemia no Rio. Que medidas devem ser tomadas daqui em diante? Haverá um recuo na flexibilização? Nós já endurecemos. O prefeito anunciou multas maiores para bares que descumprissem as regras de ouro e permitissem aglomeração; a interdição passou a ser de, no mínimo sete dias para os estabelecimentos que descumprissem as normas, e passamos fiscalizar com mais rigor as praias.

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Essas medidas não foram suficientes, então? Não, não foram. É grande a possibilidade de tomarmos atitudes mais radicais. A população não cumpre as regras, e isso não é um problema da prefeitura. É do cidadão, que ousa descumpri-las. Mas não seremos omissos e vamos engrossar o caldo.

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O presidente do SindRio, que representa dez mil bares e restaurantes da cidade, enviou um comunicado à imprensa nesta segunda (21) em que acusa a fiscalização de penalizar apenas o comércio legal. Segundo ele, os ambulantes continuam trabalhando livremente. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Ah, tá bom. É muito fácil dizer isso, soltar uma nota reclamando dos ambulantes. Estamos fazendo a nossa parte, cada um tem que fazer a sua. E ele fez o quê, cara-pálida? Por que não ligou para o 1746 para denunciar? Eu moro num polo gastronômico onde ninguém vende nada na rua. Pode ter em um lugar ou outro, mas são casos pontuais. Já os bares abertos, funcionando do jeito que estão, são verdadeiras bombas e vão explodir mais adiante.

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E em relação às praias? Elas vêm lotando a cada dia de sol. Pensa em retomar a ideia de delimitar espaços com fitas? As propostas continuam sobre a mesa. É uma ideia que está sendo estudada. Acho que teria sido bom se tivéssemos feito o teste, o projeto-piloto. Devemos fazê-lo, caso os números continuem ruins. Tudo depende disso, de levantamentos e dados.

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Como seria a ocupação das areias? Quem bolou esse projeto tinha feito um planejamento em que a divisão dos espaços seria gerenciada pelos barraqueiros, que já organizam informalmente os espaços  alugando cadeiras e barracas. Eles ficariam responsáveis pelas áreas em frente ao seu negócio e passariam por cursos de capacitação. A Guarda Municipal daria um suporte para problemas que pudessem vir a surgir. Não tenho maiores detalhes, essa é uma modalidade que precisa ser experimentada. Acho com as fitas, como foi feito na Europa, pode funcionar.

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E se não funcionar? Isso as curvas é que vão dizer. A população tem que entender que não somos babás, não vamos ficar falando ‘isso pode fazer, isso não pode’. As pessoas têm que cumprir com a sua cota de responsabilidade. Enquanto praias e bares ficaram fechados, o poder público fiscalizou e ninguém desrespeitou. Se tiver que fechar, vamos fechar. Não seremos omissos e vamos tomar as atitudes que tiverem de ser tomadas. Por mais duras que sejam.

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