Especialistas têm sido enfáticos em defender um rigoroso isolamento social para frear a propagação do novo coronavírus no país. Nesse sentido, dois matemáticos da Unicamp, Paulo Silva e Claudia Sagastizábal, criaram uma plataforma atualizada diariamente com o objetivo de apresentar a taxa média de replicação do vírus em regiões brasileiras. Ou seja, trata-se de uma média do número de infectados por cada pessoa contaminada.
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A partir daí, torna-se possível fazer uma previsão do número de casos e de mortes. Atualmente, a estimativa é de que, caso mantenhamos o isolamento que já vem sendo adotado pelas próximas duas semanas, pouparemos em todo o Brasil uma vida a cada 0,9 minuto. Quando se fala na região sudeste, esse número passa a ser de 1,5 minuto.
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Em outras palavras, segundo os cálculos, se, no estado do Rio, a população respeitar o confinamento, será possível salvar 700 vidas até 4 de junho. Já um boletim recém-divulgado pela Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EMAp) mostra que, sem a adoção de um lockdown de verdade, o ápice da curva no país deverá ser em 14 de julho (se mantida a faixa de isolamento social em 50%). A taxa ideal de distanciamento social apontada pelo boletim estaria na casa de 70%. Ainda de acordo com os cálculos de epidemiologia matemática, se nada for feito até lá, o pico da curva epidêmica pode atingir os valores de mais de 65 000 casos novos por dia nesse momento, estendendo-se até o mês de outubro.
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