Covid-19: plano do Rio para reerguer o turismo inclui promoções agressivas
O segmento, que emprega mais de 100 000 pessoas no estado, foi um dos mais afetados pela pandemia causada pelo vírus
Um dos segmentos mais afetados pela pandemia causada pelo novo coronavírus, o turismo pode ser uma saída para a retomada da economia fluminense. Responsável por 4,9% do PIB do estado e por um impacto econômico da ordem de R$ 27 bilhões, o setor, que emprega mais de 100 000 pessoas, tem sido alvo recorrente de discussões entre representantes do poder público, empresários e outros atores da área. A estratégia da guinada pós-isolamento social, traçada pelo governo do estado, inclui uma campanha de atração a turistas nacionais, que residam num raio de até 600 quilômetros (veja abaixo o vídeo veiculado nas redes sociais do órgão).
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“Depois do setor da saúde pública propriamente dito, o turismo é o campo mais afetado. A ausência da figura do turista, seja de lazer ou de negócios, afeta diretamente uma cadeia produtiva de 52 atividades. Logo, é uma situação muito séria. Por isso, estamos gastando energia em desenhar uma estratégia que parte do princípio de que, passada a quarentena, as pessoas vão querer pisar numa grama, ver uma cachoeira, ir à praia e, para isso, vão se movimentar de carro, pois estarão ávidas para respirar”, explica o secretário Otavio Leite. “Para nossa sorte, o Rio possui um ativo muito sólido, evidenciado nas múltiplas possibilidades turísticas que oferece. Estamos ouvindo todos os atores envolvidos no setor e arquitetando esse trabalho para que, tão logo a saúde pública nos permita atuar, possamos dizer que o Rio está de braços e portas abertas para receber a todos os brasileiros”, completa o secretário estadual.
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Nos planos dos representantes do setor estão ainda o investimento em propaganda para atrair os turistas, produzida pelo empresário Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, e uma campanha de promoções agressivas, concentrada em quinze dias, podendo ser prorrogada por um mês, para aumentar o interesse de pessoas residentes em outros estados e turbinar a receita dos hotéis, bares e restaurantes. Segundo a ABIH RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), a ideia é conversar com distribuidoras de petróleo a fim de fazer um cinturão de postos de gasolina nas estradas que cruzam o estado, reduzindo não só o ICMS em torno da gasolina, como distribuindo promoções acerca de pontos turísticos, hotéis e estabelecimentos fluminenses.
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“Estamos conversando com hotéis, companhias aéreas, empresas de ônibus, supermercados, equipamentos turísticos da cidade, como AquaRio, Pão de Açúcar, Corcovado, para que possam conceder um desconto linear de 30% neste período, além de estarmos em contato com os shoppings, para que possam concentrar as promoções que costumam fazer ao longo do ano nesta época e também veicular em unidades de outros estados mídias eletrônicas capazes de atrair o interesse do turista. Em paralelo, sabemos que a margem de restaurantes e bares é apertada, então estamos tentando ver como eles podem colocar preços atraentes em um ou dois pratos, de repente “, conta Alfredo Lopes, presidente da ABIH RJ. “O importante é que a oferta seja expressiva. Observamos, a partir de lugares que já vêm retomando as atividades no exterior, que as pessoas querem sair de casa, ver cenas mais alegres, por isso, acreditamos que com isso o turismo nacional vá dar uma boa alavancada”, completa.
Além desta campanha para incentivar o turismo doméstico, nos moldes de uma ação que a Europa fez no pós-guerra, com o mote “Viaje pelo seu próprio país”, um segundo passo é transformar o Rio em “capital dos negócios”, divulgando os espaços cariocas para convenções e eventos e preenchendo o calendário de 2021, uma vez que antes da pandemia o turismo de negócios representava 70% da ocupação hoteleira na cidade.