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Covid-19: especialistas também se dizem confusos com flexibilização

Proibida e depois liberada de novo pela Justiça, reabertura gradual das atividades decretada por Witzel e Crivella ainda não está clara para a população

Por Cleo Guimarães
Atualizado em 10 jun 2020, 13h29 - Publicado em 10 jun 2020, 13h25
Coronavírus: média móvel de mortes em alta
Coronavírus: média móvel de mortes se mantém estável (Glen Carrie/Unsplash/Reprodução)
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A novela da flexibilização das regras de isolamento no estado e na cidade do Rio teve aquele que parece ser seu mais importante capítulo nesta terça-feira (9). Foi quando o presidente do Tribunal de Justiça do estado, desembargador Claudio de Mello Tavares, suspendeu os efeitos da liminar da 7ª Vara de Fazenda Pública que tinha proibido o relaxamento da quarentena, autorizado anteriormente (de formas e com critérios diferentes) pelo prefeito Marcelo Crivella e pelo governador Wilson Witzel. Confuso, não? Se até profissionais da área se confessam um pouco perdidos nesse abre-não-abre, imagine a população do Rio.

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“Abrir ou não abrir depende de cada cidade. Isso é o que eu entendo, se não mudaram tudo novamente”, diz a  presidente da Sociedade de Infectologia do estado do Rio, Tânia Vergara. “Até eu me confundo, é tudo muito complicado, os governos tinham que se entender antes. Claro que as pessoas também não estão entendendo as coisas direito, e fica difícil saber como agir“. Tânia considerou “razoável” a decisão da prefeitura de começar a afrouxar as medidas de isolamento no dia 1º, mas segundo a médica, são necessários 14 dias para ver o resultado prático desta resolução, antes de dar o segundo passo. “Não é questão de ser contra ou a favor da reabertura. Tem que esperar este tempo para ver o que aconteceu. É fazer as coisas direito para não dar tiro no pé”.

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Médico sanitarista da Fiocruz, Daniel Soranz critica o modo como a questão vem sendo tratada no Rio – “a Justiça não deveria se meter nisso, é uma questão de saúde pública” – e considera acertada a decisão pela flexibilização gradual das medidas restritivas para o combate ao coronavírus. “Estava na hora de começar a abrir mesmo”, diz. “As solicitações de internação caíram bastante, assim como o número de casos suspeitos, que começam a entrar em declínio”. Segundo Soranz, o número de óbitos também deve cair, mas em cerca de 20 dias. “A questão agora é aumentar a testagem para saber quem está doente e quem já esteve”.

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Prefeitura e governo concordam com a liberação das cerimônias em igrejas (desde que respeitado o distanciamento de um metro entre cada pessoa) e com a prática individual de esportes ao ar livre. Na orla, no entanto, a prefeitura só permite no calçadão e no mar, na areia está proibido. O comércio varejista foi liberado por Witzel das 11h às 19h, mas Crivella só liberou, por enquanto, lojas de automóveis, móveis e decoração. O restante deve ser reaberto no início de julho. Shoppings, bares e restaurantes, para o estado, estão liberados em horários restritos e com 50% de sua capacidade. Na cidade, a reabertura dos centros de compras deve acontecer a partir do dia 17 de junho. Bares e restaurantes, só em 2 de julho. Cada município tem autonomia para adaptar as orientações do governador. Ou seja, na cidade do Rio, valem os decretos de Crivella. ATUALIZAÇÃO: o prefeito antecipou a reabertura dos shoppings para esta quinta-feira (11).

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