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Curadora carioca representa o Brasil em célebre prêmio de arte italiano

Considerada um prodígio no cenário da arte contemporânea, Gabriela Davies tem 27 anos e é diretora da galeria Aymoré, na Glória

Por Marcela Capobianco
8 dez 2020, 18h17
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  • Aos 27 anos, a curadora artística Gabriela Davies, diretora da Galeria Aymoré, na Glória, Zona Sul da cidade, é considerada um prodígio no cenário da arte contemporânea. Sua mais nova conquista foi um convite para ser embaixadora do Arte Laguna Prize, prêmio de arte italiano que contempla artistas e designers do mundo todo. Ela é única brasileira do grupo, que reúne profissionais dos cinco continentes. Além disso, ela é uma das mais jovens convidadas a integrar o comitê.

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    Formada em estudos de curadoria na Central Saint Martins, de Londres, Gabriela tem mestrado em História da Arte pela University College London e é especialista na identidade e história da cor rosa. Atualmente divide com Cesar Oiticica a curadoria da exposição Cosmocinema, com obras de Hélio Oiticica e Neville d’Almeida. A mostra fica em cartaz até o dia 20 de dezembro. Às quintas, há exibição gratuita de filmes de Oiticica e d’Almeida, às 19h.

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    Como você recebeu a notícia de que seria a primeira brasileira a integrar o time de embaixadores do Laguna Prize?

    Fiquei surpresa, porque não havia a menor expectativa. Conheci um membro do conselho do prêmio na ArtRio de 2018 e só agora ele me convidou. É um orgulho, porque há poucos profissionais da América Latina nesse grupo. Represento o Brasil junto a colegas do Equador, Espanha, Japão, China, Estados Unidos…

    Quais vão ser as suas funções no prêmio italiano?

    Não farei parte das decisões do júri, meu trabalho será incentivar jovens artistas – e também artistas que não são muito conhecido – a se aplicarem para o prêmio. Também faz parte do escopo organizar exposições dos vencedores do prêmio e incentivar residências artísticas. Meus encontros com o grupo acontecem mensalmente, por videoconferência, e devo encontrá-los presencialmente na Bienal de Veneza, que deve acontecer em 2022.

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    Este ano foi extremamente desafiador para o mercado da arte. Como você o encarou?

    Foi o empurrãozinho para que a gente enxergasse a internet como uma plataforma possível para exposições. Reinvenção foi uma palavra-chave em 2020 e, graças à internet, artistas e curadores puderam seguir trabalhando. Teve muita coisa legal que rolou na web durante o período de isolamento social, com boas concepções gráficas, ambientes imersivos e conteúdo relevante para alegrar os espíritos de quem estava em casa.

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    O Brasil vem vilipendiando a cultura e a arte. Você se sente remando contra a maré?

    Viver de arte no Brasil já é uma forma de resistência. Temos que contornar todos os obstáculos e representar argumentos para continuar disseminando a arte. O lado bom é que existe mais solidariedade entre os profissionais do setor. Todo mundo se ajuda e se desdobra para que os projetos sejam possíveis. Sempre há soluções criativas e a arte sobrevive.

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