No local onde, na segunda (2), três pessoas foram mortas a tiros, no centro do Rio de Janeiro, o consumo de drogas ocorre à luz do dia, viciados em crack circulam seminus, prostitutas disputam espaço com mendigos e celulares roubados são vendidos no chão.
O ambiente degradado reforça a suspeita policial de que a matança pode ter sido causada ou por vingança ou como parte de uma estratégia de limpeza social. Na área, estão a principal estação ferroviária da capital fluminense, a Central do Brasil, a sede da Seseg (Secretaria de Estado de Segurança Pública) e o Palácio Duque de Caxias, quartel do comando do Exército no Rio.
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Embora a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social tenha informado que recolhe diariamente pessoas desocupadas na área, o quadro de abandono é evidente. A região faz parte do projeto de revitalização da zona portuária. A rua Barão de São Félix, onde assassinos em um carro dispararam contra quem estava na calçada, foi reinaugurada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), em maio, com obras de reurbanização e infraestrutura.
Na época, Paes declarou que cuidaria da área, chamando-a de “a mais degradada do Rio”. Porém, passados cinco meses, nada mudou. A região é apontada por assistentes sociais como local em que usuários de crack e prostitutas alcançaram um “último estágio de degradação”.
Para a pesquisadora do Departamento de Estudos de Violência e Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Cecília Minayo, é uma população que se acostumou com a vida marginalizada e não aceita ajuda. A Delegacia de Homicídios investiga o caso, mas ainda efetuou prisões.