A cantora e pianista Helô Tenório, 32 anos, postou em um vídeo em seu Instagram relatando ter sofrido uma possível tentativa de sequestro em um carro da Uber no último sábado (13). Em conversa com VEJA RIO, ela deu detalhes do acontecido.
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Segundo ela, depois de deixar uma amiga em casa, que foi quem pediu a corrida, o motorista não seguiu em direção ao destino especificado no aplicativo. “Tão logo eu percebi que não estava vindo na direção, eu sinalizei para o Uber, e ele não fez o redirecionamento da corrida. E eu pedi outras vezes, conforme ele ia passando pelos retornos”, diz ela em um trecho do vídeo.
Em entrevista a VEJA RIO, Helô Tenório contou que saiu da casa de amigos no Catete, por volta de 0h30 de sábado (13), com a amiga que solicitou o carro. A amiga ficou no mesmo bairro e Helô deveria seguir para sua casa, na Lapa. “Ele deveria ter seguido na direção Glória/Centro para me trazer, só que ele pegou a direção do túnel Santa Bárbara, ali onde tem o Largo do Machado”, disse.
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Ela conta que achou um pouco estranho, mas que deduziu que ele estava fazendo isso para evitar o congestionamento na região próxima aos Arcos da Lapa nesse horário nos fins de semana. Ao sair do túnel, no entanto, mais uma vez ele seguiu para a direção errada.
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Ela conta que havia bebido um pouco e estava sonolenta, mas logo percebeu que ele não estava indo para seu endereço. “Eu não sei se ele pensou que eu estava dormindo. Falei: ‘Cara, você desviou do caminho, por favor, pega o próximo retorno, ali no Terreirão do Samba, porque eu estou indo para a Lapa. O que você esta fazendo?’.
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Ele disse que o Waze estava apontando outro caminho. Ela respondeu, então, para ele pegar o retorno seguinte. Chegando lá, ele não fez o que Helô havia pedido, e seguiu pela Avenida Presidente Vargas. “Eu falei: ‘Cara, o que você está fazendo? Você está muito longe da minha casa!'”, lembra. Na altura da prefeitura, ela pediu que ele voltasse. Ele mais uma vez ignorou e seguiu para a direção Leopoldina, ela conta.
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A cantora decidiu, então, ligar para o pai: “Eu estou aqui, na altura da Leopoldina, porque o Uber se perdeu, então vou te encontrar aí na Leopoldina, na delegacia, porque eu sei que você está aí me esperando, e aí a gente volta junto, porque eu não estou curtindo isso, não”, falou.
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Pediu várias vezes ao motorista para ele parar, mas não foi atendida. “Ele foi me deixar lá na Leopoldina, já quase pegando o viaduto, onde havia um grupo de viciados em crack. Foi horrível, mas graças a Deus passou um táxi e eu peguei um táxi para casa”, relata.
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A amiga relatou no aplicativo no próprio sábado e a Uber apenas estornou o valor da corrida. Com a repercussão do vídeo, nesta terça (16) eles fizeram um comentário na postagem: “Oi, @helotenorio! Ficamos preocupados com o seu relato. Queremos investigar o acontecido. Chama a gente no Direct, tudo bem? Aguardamos o seu contato.”
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Nesta segunda (15), ela fez um registro de ocorrência por assédio Delegacia de Atendimento a Mulher (DEAM), no Centro. Na delegacia, ouviu que eles têm recebido diversas denúncias de mulheres relativas a corridas em carros de aplicativo, como extorsão e assédio.
Procurada, a Uber enviou uma nota:
“Não foi possível verificar o caso relatado pela Veja porque, até o momento, não foram fornecidas à empresa informações suficientes para poder identificar a viagem em questão. De qualquer forma, a empresa se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.
A Uber repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência.
A Uber defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.
Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio também em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero.
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.”
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