Carta ao leitor: desafios acadêmicos
Com as finanças abaladas pela pandemia, a Academia Brasileira de Letras faz cortes no orçamento e suspende mordomias, enquanto aguarda quatro novos imortais
O alerta partiu da pneumologista Margareth Dalcolmo: “Vocês fazem parte do grupo de risco. É preciso sair daqui agora. Fechem a ABL e fiquem em casa”. Funcionou. Depois daquele encontro de 12 de março de 2020, os membros da Academia Brasileira de Letras — como Cândido Mendes de Almeida, marido da prestigiada doutora Dalcolmo — não voltaram mais a se reunir presencialmente e, de lá para cá, quatro imortais, como são conhecidos os integrantes da ilustre casa fundada por Machado de Assis, faleceram.
As restrições da pandemia vêm atrapalhando os processos de sucessão, mas, claro, já há candidatos na disputa. Atingida por tempestade perfeita, a instituição, sustentada em grande parte por aluguéis de imóveis próprios no Centro, ainda luta contra um baque nas finanças. Na matéria de capa desta edição, a repórter Cleo Guimarães narra em detalhes o folhetim com personagens reais ambientado na ABL.
VEJA RIO também faz festa para Ney Matogrosso. O cantor completa 80 anos (não parece) no próximo dia 1º, está preparando disco novo e ganha biografia que recupera suas muitas aventuras por terras cariocas. Outra boa notícia vem do mar: estudo inédito aponta as Ilhas Cagarras como o hábitat das tartarugas-verdes, espécie presente no nosso litoral e hoje ameaçada de extinção.
Já no continente, o reaquecimento no setor da construção civil sinaliza uma auspiciosa retomada do mercado imobiliário na cidade. E tem mais: alquimistas de sabores, chefs provam que comida também é arte. Durante a criação das receitas, eles se aventuram a desenhar seus pratos, um modo original de materializar as ideias que mais tarde irão à mesa. A edição de julho está servida. Boa leitura!
Fernanda Thedim
Editora-chefe
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