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Dez filmes nacionais rodados no Rio

Em homenagem ao cinema brasileiro, uma seleção com produções nacionais que retratam a cidade sob diferentes ângulos

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 14h23 - Publicado em 18 jun 2013, 22h31
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  • Seja por suas belezas naturais, por seu passado histórico como capital do país ou pelo clima contagiante da vida carioca, o Rio já está acostumado a servir de cenário para produções cinematográficas, tanto nacionais quanto estrangeiras – como aconteceu recentemente com filmes como Velozes e Furiosos 5 e Amanhecer, da saga Crepúsculo. Em homenagem ao Dia do Cinema Brasileiro, comemorado nesta quarta (19), VEJA RIO selecionou dez filmes nacionais rodados na cidade em diferentes épocas. Na lista, estão obras de grande importância na trajetória da produção cinematográfica do país, que retratam de forma emblemática, sob diferentes ângulos, a vida carioca em épocas e realidades sociais distintas.

    Prepare a pipoca e aproveite nossa lista:

    Tropa de Elite (2007 e 2010)

    Apesar de ser uma obra de ficção, o filme de José Padilha que retrata as ações do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE) sob o olhar do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, é faz uma denúncia da violência urbana do Rio de Janeiro, do tráfico de drogas e da corrupção da polícia carioca. Antes mesmo de estrear, o primeiro filme já gerou grande repercussão, devido ao vazamento de cópias piradas da obra.

    A sequência do longa, Tropa de Elite 2 ? O inimigo agora é outro, foi a maior bilheteria da história do cinema nacional, com mais de 11 milhões de espectadores. O filme retrata Nascimento já promovido a coronel e a Secretário de Segurança do Rio de Janeiro. Quinze anos depois, seus inimigos não são mais os traficantes dos morros cariocas, e sim os poderosos políticos que alimentam um sistema de milícias junto à própria polícia.

    Todas as mulheres do mundo (1966)

    O filme de estreia de Domingos de Oliveira como diretor é uma crônica da vida ociosa da Zona Sul carioca nos anos 60. Sucesso de público e crítica quando foi lançado, é considerado como uma das melhores comédias do cinema nacional. Com a musa Leila Diniz como protagonista, o filme faz uma ode ao amor e o próprio diretor admitiu que a atriz, que fora sua mulher por alguns anos, foi a inspiração para a da obra, produzida com o propósito de reconquistá-la.

    Na trama, Paulo (Paulo José) é um jornalista garanhão que se apaixona por Maria Alice, (Leila Diniz), uma jovem professora e noiva de seu amigo Leopoldo (Ivan de Albuquerque). Apaixonado, ele enfrenta o dilema de desistir de todas as mulheres do mundo para viver com uma só.

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    Cidade de Deus (2002)

    Dirigido por Fernando Meirelles e, o filme é uma adaptação do livro homônimo de Paulo Lins, que narra a história da Cidade de Deus desde o seu surgimento na década de 1960, o crescimento do crime organizado até se tornar um dos lugares mais perigosos do Rio, nos anos 80. Apesar de conduzida sob o olhar do jovem Buscapé (Alexandre Rodrigues), morador da favela, a trama tem como protagonista não o personagem, mas o próprio lugar. Sucesso de crítica, o filme recebeu quatro indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani), Melhor Edição (Daniel Rezende) e Melhor Fotografia (Cesár Charlone).

    A Dama do Lotação (1978)

    O filme de Neville de Almeida baseado na obra de Nelson Rodrigues é a terceira maior bilheteria da história do cinema nacional, com mais de 6,5 milhões de espectadores. Com Sonia Braga e Nuno Leal Maia nos papéis principais, o filme retrata o Rio dos anos 70 através da história de Solange e Carlos, que se conhecem desde a infância e se casam. Na noite de núpcias, ela resiste ao seu marido, que, impaciente, acaba estuprando-a. Solange fica traumatizada e, apesar de desejar Carlos, não consegue ser tocada por ele. Para provar a si própria de que não é frígida, começa a seduzir homens desconhecidos em coletivos. A trilha sonora é de Caetano Veloso.

    Última parada 174 (2008)

    O filme é uma ficção baseada na história verídica de Sandro Barbosa do Nascimento, menino de rua que sobreviveu à chacina da Candelária e, em 2000, sequestrou um ônibus da linha 174, episódio que ganhou grandes proporções na mídia brasileira. Dirigida por Bruno Barreto, a obra conta a história do rapaz (Michel Gomes) desde a infância na favela, passando por sua passagem pelas ruas, até o desfecho com o sequestro do ônibus, traçando um retrato da realidade de muitos jovens carentes da cidade.

    Rio Babilônia (1982)

    O filme de Neville de Almeida se passa nos últimos sete dias do ano e começa com vistas aéreas da cidade, que mostram suas belezas naturais. Em contraste, a pobreza é mostrada com crianças que descem os morros da favela para roubar as sobras de cidadãos do asfalto. Na trama, o relações públicas Marciano (Joel Barcellos), um típico carioca, é contratado para recepcionar um poderoso industrial. Em meio a festas e orgias ele conhece a jornalista Vera Moreira (Christiane Torloni) e acaba descobrindo que seu cliente está envolvido com o tráfico internacional de ouro.

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    Heleno (2011)

    A obra é a cinebiografia de Heleno de Freitas, jogador de futebol do Botafogo que, bonito e refinado, era considerado o príncipe da era de ouro do Rio de Janeiro, os anos 40, quando a cidade era um cenário cheio de glamour, com cassinos e salões elegantes. Dirigido por José Henrique Fonseca e com Rodrigo Santoro no papel do jogador, o filme narra a trajetória deste gênio, explosivo e apaixonado nos campos de futebol, que teve um fim triste e solitário. As imagens em preto e branco e o cuidado na caracterização de cenários e personagens transportam o espectador à ao Rio do início do século XX.

    Rio 40 graus (1955)

    Clássico nacional precursor do Cinema Novo, o filme é um semidocumentário sobre o modo de vida dos cariocas. Com roteiro e direção de Nelson Pereira dos Santos, a obra mostra o Rio de Janeiro pela visão de cinco meninos de rua negros e pobres, que vendem amendoim em diferentes pontos da cidade. A rotina dos garotos, reflete o povo do Rio e suas dificuldades, e a tensão só diminui ao fim do dia, quando eles vão se divertir nos ensaios de escola de samba. Uma curiosidade sobre o filme está no fato de ele ter sido censurado pelos militares, que o consideraram mentiroso, já que, como afirmou o chefe de polícia da época, a temperatura da cidade nunca havia chegado aos 40°C.

    Orfeu (1999)

    Inspirado na história de Orfeu e Eurídice da mitologia grega e baseado na peça de Vinícius de Morais da década de 1950, o filme conta a história de um jovem poeta e compositor de Escola de Samba, Orfeu (Toni Garrido), que se apaixona pela adolescente Eurídice (Patrícia França), recém-chegada de uma pequena cidade na Amazônia. Dirigida por Cacá Diegues, a história se passa em uma favela do Rio durante o Carnaval, em que os dois jovens se apaixonam, mas têm o amor impedido pela ação do chefe do tráfico na comunidade.

    O que é isso, companheiro? (1997)

    Dirigido por Bruno Barreto, o filme retrata o Rio de janeiro na época da ditadura militar. O roteiro é parcialmente baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, escrito em 1979, e conta, com diversas licenças ficcionais, a história do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, realizado por integrantes dos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que lutavam contra o governo militar e pretendiam trocar o embaixador por companheiros presos. Com um elenco composto por nomes como Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Matheus Nachtergaele e Luiz Fernando Guimarães, o filme concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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