Perto de 1 milhão de pessoas, ou seja, um sexto da população da cidade, costumam se mobilizar a cada Dia de Finados em romaria aos cemitérios. Relembram seus mortos levando flores, rezando e acendendo velas. Neste ano não será diferente, mas pela primeira vez essa tradição não contará com o mais célebre frequentador de cerimônias fúnebres do Rio: morreu na semana passada, aos 87 anos, o funcionário público Jaime Sabino, o popular Jaiminho, papagaio de pirata de nove entre dez velórios e enterros. Misturava-se aos amigos e à família de quem havia partido, especialmente quando era gente famosa, e na manhã seguinte lá estava ele nas fotos dos jornais ? muitas vezes até segurando uma alça do caixão. O dia 2 de novembro sempre reúne figuras folclóricas, como Jaiminho, especialmente tietes de artistas, de políticos e de celebridades em geral. O complexo do Caju, na Zona Norte, e o Cemitério de São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul, destacam-se entre os mais concorridos nessa data. Desde 1980 virou tradição, para uma legião de fãs, visitar no Caju o túmulo do cantor capixaba Paulo Sérgio (de Índia e A Última Canção), falecido aos 37 anos. Continua um dos recordistas do Dia de Finados, mas hoje divide a glória com colegas que morreram mais recentemente, como Renato Russo e Tim Maia.