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Diagnosticada há 8 anos, atriz Júlia Almeida fala sobre epilepsia

Após interpretar Eva na novela Tempo de Amar, Júlia se dedica ao Purple Day, evento que visa a conscientização acerca da condição neurológica

Por Dilson Júnior
Atualizado em 22 mar 2018, 12h17 - Publicado em 21 mar 2018, 20h37
 (Sergio Baia/Divulgação)
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Na próxima segunda (26), um encontro no auditório do Jockey Club, na Lagoa, às 20h, vai tratar sobre um assunto que ainda é tabu para muita gente, apesar de afetar 50 milhões de pessoas em todo o mundo segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Dia Mundial da Epilepsia, a atriz Júlia Almeida, de 35 anos, filha do dramaturgo Manoel Carlos (e que recentemente interpretou Eva na novela Tempo de Amar), organiza o Purple Day. O evento, com entrada grátis, reunirá profissionais renomados da área da saúde para falar sobre a condição neurológica.

A ação terá a presença do neurologista Eduardo Faveret, da nutricionista Luciana Neves, da psicóloga Carmen Lent e do professor de meditação Bernardo Repetto, que darão dicas de saúde para quem tem epilepsia e busca uma melhor qualidade de vida. A mediação será da apresentadora Patrícia Poeta. Diagnosticada há oito anos, Júlia, que faz tratamento com o neurocirurgião Paulo Niemeyer, criou o evento para compartilhar suas experiências com o intuito de desmistificar o tema e  incentivar o debate sobre o assunto.

Em um bate-papo com VEJA RIO, ela revelou detalhes sobre sua rotina e contou como lida com a condição. A seguir:

Como descobriu que tinha epilepsia?

Tive três meningites quando era pequena, o que contribuiu para o desenvolvimento da epilepsia tempos depois, mas só fui diagnosticada com 27 anos, depois de algumas crises. Não tenho parentes com essa condição, mas isso também pode se desenvolver por fatores hereditários.

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Como foi sua primeira crise?

Simplesmente apaguei na academia e depois acordei com as pessoas em volta. Foi um susto muito grande, mas não lembro de nada durante a convulsão. Continuei levando minha vida da mesma maneira e demorei um pouco para encarar isso. Depois, vieram outras crises e confesso que passei por um período de aceitação (cair a ficha) nos últimos três anos. Se você tiver pelo menos duas convulsões que não foram provocadas, procure um especialista (neurologista) para que o tratamento seja iniciado, porque provavelmente você tem epilepsia.

Atualmente, qual a frequência de suas crises?

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Faz um ano que não tenho crises e venho encontrando um equilíbrio de vida muito bom, que envolve desde uma boa alimentação até sono saudável. Tomava cinco tipos de remédio, cinco vezes por dia. Hoje, só tomo duas vezes. Esse processo de diminuição da medicação é importante para achar esse equilíbrio. Tudo caminha junto. Uma fase importante desse período é lidar com os efeitos colaterais desses anti-convulsivantes. Eles nos deixam cansados, grogues, lentos.

Já teve alguma crise que te assustou? 

Cada crise é uma história diferente. Já perdi aniversário por isso. Da última vez, há um ano, foram quatro crises uma atrás da outra, cada uma com 20 minutos de duração. Em todas a gente perde a noção do tempo. E, depois, tem um sentimento que você carrega por alguns dias. Fica com dor de cabeça. Além das crises comuns, tem também a ausência, que ocorre quando não há convulsão. Você pode estar andando e ter. Seu corpo está ali, mas você não. Uma vez eu estava ao lado de uma amiga, mexendo no celular, e tive uma ausência. Ela não soube como lidar comigo. Continuei ali do lado, segurando o celular, olhando para ele, mas falava coisas descoordenadas.

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O que mudou na sua vida desde o diagnóstico?

A partir da primeira crise eu já comecei a me medicar, mas passei por uma fase de negação até que a ficha caiu. Eu tenho isso e preciso mudar minha vida. Preciso melhorar minha situação. Por exemplo, sou bem agitada, então preciso me controlar em alguns momentos, dormir melhor. Achar um meio termo.

Como é o tratamento?

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Medicar-se nos horários certos é muito importante, assim como dormir e se alimentar bem. Faço terapia e indico para quem é diagnosticado. Também acho muito importante conversar com pessoas que têm a mesma condição, para ver que você não está sozinho e não se vitimizar.

Purple Day. Segunda (26), às 20h. Rua Mário Ribeiro, 410, Lagoa (auditório do Jockey Club Brasileiro). Grátis.

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