A presidente afastada Dilma Rousseff disse na segunda (25) que não virá à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, marcada para o próximo dia 5, no Rio. “Eu não pretendo participar da Olimpíada numa posição secundária”, afirmou ela, em entrevista à Rádio França Internacional. Ex-ministros e amigos já haviam aconselhado Dilma a não comparecer à abertura da Olimpíada. Argumentaram que ela pode ser vaiada, diante do presidente em exercício Michel Temer, e também ficar isolada. “Para mim não há constrangimento algum”, amenizou Temer. “Se encontrar (com ela), não tem problema, não. Quem é educado pessoal e politicamente não tem esses constrangimentos.”
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Em conversas reservadas, a presidente afastada lamentou ter participado de toda a organização da Olimpíada e agora tem de enfrentar essa situação, chamada por ela de “golpe” parlamentar. Questionada se acredita na segurança dos jogos do Rio, Dilma disse confiar no trabalho executado. “Eu acredito que na área de segurança não haverá nenhum problema, caso os procedimentos sejam seguidos à risca”, afirmou a petista. “A Olimpíada tem todas as condições para transcorrerem de forma bastante tranquila (…). Espero que as autoridades que hoje assumem a responsabilidade tenham uma condução de jamais descansarem antes dos jogos”.
Ao falar sobre as ameaças de terrorismo, Dilma insistiu em que o Brasil tem “a melhor segurança possível” porque todas as precauções foram adotadas, em contatos com unidades de inteligência dos principais países do mundo. “Nós não temos conflitos étnicos aqui, não temos conflitos religiosos e, portanto, temos aqui um clima melhor. Isso não é garantia de que não haja nenhum problema e por isso tomamos todas as precauções, que são aquelas adotadas por todos os países que experimentaram esses atentados e nos transmitiram”, observou Dilma.