DJ que teve perna amputada após infecção processa Hospital Casa de Portugal

Em maio de 2024, Julio Cesar Trindade deu entrada no local para uma cirurgia simples, mas pegou infecção hospitalar e acabou ficando 75 dias internado

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 fev 2025, 19h32
julio-cesar-trindade
Julio Cesar Trindade: DJ e jornalista pegou infecção hospitalar e ficou 75 dias internado (Instagram/Reprodução)
Continua após publicidade

 

O DJ e jornalista Julio Cesar Trindade, também conhecido como DJ Julio EleMesmo, que sofreu amputação da perna esquerda, de dedos do pé e da mão direita após fazer uma cirurgia no Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, está processando a unidade de saúde.

Agora, ele busca na Justiça uma indenização por danos morais e estéticos, além do pagamento de pensão, tratamentos médicos, próteses e que o hospital cubra os custos da adaptação de sua casa para atender às suas novas condições ou forneça um imóvel adequado às suas necessidades. O processo tramita na 8ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

+ “Nunca deixei de acreditar”, diz Preta Gil ao receber alta do hospital

Em 22 de maio de 2024, o jornalista deu entrada no local para realizar uma cirurgia ortognática, para corrigir um quadro de apneia do sono. No entanto, 48 horas após o procedimento, ele apresentou sintomas graves de infecção hospitalar, associada à bactéria Klebsiella pneumoniae, incluindo insuficiência respiratória e pneumonia broncoaspirativa.

Ele explica que acordou quarenta dias depois e foi informado que, nesse período, havia passado por treze cirurgias e sofrido duas paradas cardíacas, e que sua perna esquerda, alguns dedos do outro pé e da mão direita tinham sido amputados.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

“No dia seguinte à operação, comecei a sentir uma falta de ar intensa, que não foi identificada pela equipe do hospital, fazendo com que eu perdesse um tempo precioso. Eu estava desenvolvendo um quadro de sepse, uma infecção generalizada grave, causada por uma superbactéria resistente a antibióticos”, conta ele, em entrevista ao jornal O Globo.

Julio explica que essa condição só foi diagnosticada um dia depois, e apenas por seu cirurgião, sem qualquer intervenção adequada da equipe hospitalar.

+ Em respeito ao luto de Lexa, Unidos da Tijuca não terá rainha de bateria

Continua após a publicidade

“Assim começou um calvário de 75 dias, nos quais sofri severas lesões pelo corpo, incluindo danos irreversíveis no dorso, múltiplos acessos para medicamentos e, entre as sequelas mais graves, a amputação da perna esquerda, de dedos do pé e da mão direita, além da perda auditiva no ouvido esquerdo”, enumera ele.

Ele frisa que, durante todo esse longo período, entre o coma e estados de profunda letargia devido à sedação, sua esposa esteve a seu lado, grávida de sete meses. “Quatro dias após minha alta hospitalar, nosso filho nasceu. Hoje, ele tem seis meses”, prossegue Julio.

+ Filme sobre a história de Ney Matogrosso ganha primeiro trailer. Assista

Ele conta, ainda, que enfrentou problemas no fígado, estômago e medula, além de tromboses pelo corpo e uma perda de quase trinta quilos de massa muscular, o que o fez precisar reaprender tarefas básicas, como comer e beber água sozinho.

Continua após a publicidade

Em nota ao Globo, o Hospital Casa de Portugal negou as acusações e afirmou que o paciente foi “admitido para cirurgia eletiva realizada por equipe odontológica externa de sua preferência e escolha, que sofreu complicações decorrentes do procedimento”

+ “Auge da fama”, diz Fernanda Torres sobre homenagens no Carnaval de rua

A unidade de saúde também afirmou que Julio permaneceu no hospital por três dias antes de ser transferido para outro hospital (Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio) para passar por um procedimento chamado Ecmo (Oxigenação por Membrana Extracorpórea).

O local também diz que realizou “todos os procedimentos cabíveis e adequados” e que lamenta “o desfecho de sua cirurgia eletiva”, reiterando que seguem “todas as normas de controle de infecção e cirurgia segura”. “Reiteramos ainda que em respeito ao paciente e ao sigilo médico, maiores esclarecimentos serão prestados pela via adequada”, prossegue o texto.

Continua após a publicidade

+ Lexa revela que a filha nasceu prematura e morreu aos 3 dias de vida

Maria Isabel Tancredo, advogada de Julio, destaca que a infecção que o acometeu foi resultado de falhas nas medidas de prevenção pelo hospital e equipe, tais como higienização das mãos e desinfecção de superfícies e equipamentos.

“A situação, já muito ruim, desmorona quando a equipe médica erra em identificar a gravidade do caso e demora a tomar as medidas necessárias“, diz ela ao jornal O Globo.

+ Quem é a passista mirim da Portela que recebeu elogios de Sabrina Sato

Continua após a publicidade

“É lamentável como casos de infecções hospitalares e erros médicos são comumente narrados aos pacientes como se fossem fatalidades. Tratam-se, na verdade, de consequências de falhas que devem ser investigadas, como parte da justiça que se faz aos pacientes e sociedade”, argumenta.

Em seu perfil no Instagram, ao compartilhar a reportagem, Julio escreveu na legenda: “Vocês acreditam que o único contato feito da Casa de Portugal foi uma pesquisa de satisfação para minha esposa três dias após minha transferência enquanto eu lutava pela minha vida?”, garante ele.

+ “Venho pelada, como sempre”, diz Sabrina Sato sobre fantasia na Vila Isabel

“E que, quando fui pegar meu prontuário, eles não me entregaram completo logo de cara? Vocês sabiam que me chamaram de mimado e me ameaçaram amarrar na cama enquanto eu estava desesperado por falta de ar e levantei para tomar um banho pra ver se melhorava? Que meu quarto ficou todo vomitado de sangue e minha mãe teve que implorar para limparem?”, acusa.

“E, depois de ver tantos relatos negativos sobre o Hospital Casa de Portugal, da Rede Hospital Casa, eu só posso seguir mais firme e confiante nesse processo, na esperança que ninguém mais sofra como eu e tantos outros aqui declararam ter sofrido nessa unidade. #JustiçaProDJJulio”, finalizou.

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

a partir de R$ 29,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.