Agentes da Receita Federal apreenderam 95 frascos da droga MDMA, matéria-prima utilizada na fabricação de ecstasy, em encomendas postais nos Correios do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na tarde desta segunda (23). Os entorpecentes estavam ‘disfarçados’ em frascos que deveriam conter remédios fitoterápicos mas, após narcoteste, foi constatada a presença da droga. Na mesma operação, também foram interceptadas quatro encomendas com anabolizantes de uso prescrito. Todo o material foi avaliado em cerca de 135 mil mil reais. A ação contou com apoio da Polícia Civil, em força-tarefa para identificar envio de drogas por remessas postais.
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Identificadas por cães de faro, as encomendas contendo drogas são provenientes de Mato Grosso e tinham como destino as cidades do Rio e Niterói. Já as que traziam anabolizantes vieram do Piauí e tinham como destino São Gonçalo e o Rio. O trabalho foi realizado pela Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, e as drogas serão entregues às autoridades policiais para investigação das circunstâncias do crime.
Entre 30 de novembro e 15 de dezembro, em apenas quatro ações de rastreamento de pacotes, foram apreendidos mais de 50 quilos de entorpecentes escondidos em encomendas. O prejuízo causado ao tráfico, na época, já era avaliado em cerca de 5,8 milhões de reais. Até agora, o mapeamento dos remetentes das encomendas com drogas permitiu à Polícia Civil e à Receita identificarem pelo menos 12 traficantes cariocas.
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Segundo o delegado Marcus Vinicius Amim, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), especializada da Polícia Civil que acompanha as ações da Receita nos Correios, no Rio, a região que mais recebe drogas pelo sistema postal é a Zona Sul. Ainda de acordo com ele, o perfil de traficante que utiliza o método também chama a atenção: pessoas com conhecimento e especialização na confecção de drogas sintéticas em bairros das zonas Sul e Oeste, como Recreio e Barra da Tijuca. “É um caso interessante, porque a gente pode observar que é uma modalidade de tráfico que nada tem a ver com o tráfico de drogas em comunidades. É um tráfico elitizado e que, muitas vezes, tem o envolvimento de pessoas com conhecimentos específicos em áreas como a engenharia química, para a produção da droga sintética. Não é o tráfico já conhecido feito em comunidades carentes, que se concentra majoritariamente em drogas como cocaína, maconha e crack”, afirma Amim.
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Em nota, os Correios informam que “trabalham em parceria com os órgãos de segurança pública e fiscalização para prevenir o tráfego de itens proibidos por meio do serviço postal”. A empresa também explica que “quando constatada a presença de conteúdo suspeito em seu interior, o objeto é encaminhado à autoridade competente para avaliação especializada”. Ainda segundo os Correios, “muitas das operações de repressão a ilícitos começam por meio do processo de fiscalização não invasiva (raio X)”.