Caso Édson Davi: pai viu menino brincando perto do mar antes de sumir
Funcionário de barraca diz que alertou criança sobre o mar ser perigoso e outro afirmou que a via na água, muitas vezes sozinha; desaparecimento fez um mês
Depoimentos indicam que o do menino Edson Davi e um funcionário da barraca da família viram o menino de 6 anos na água ou na beira do mar na tarde em que ele desapareceu, há mais de um mês, na Praia da Barra. Funcionários de barracas vizinhas inclusive alertaram o menino, que pediu uma prancha de surfe emprestada.
+ Carnaval: o que você deve saber antes de assistir aos desfiles na Sapucaí
“Nunca houve suspeita de sequestro, pois tecnicamente, pela análise das imagens, ele não saiu da praia. As testemunhas, por sua vez, o colocam indo em direção ao mar, pedindo prancha para ir para a água. A visibilidade dos banhistas à água estava restrita”, explicou ao portal G1 a delegada Elen Souto, responsável pelas investigações da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). “O próprio pai afirmou isso em suas declarações, não havia visão do mar pelo desnível. Some-se a isso o vídeo dele, sozinho, à beira da água, embaixo da bandeira vermelha. A vala em frente à barraca do pai estava com quatro bandeiras de alto risco“, acrescentou a delegada. Para a Polícia Civil, a linha de investigação mais forte é que Edson Davi foi vítima de afogamento. As principais hipóteses dos investigadores são de que o menino tenha sido levado pela correnteza no mar revolto, ou que o corpo tenha ficado preso nas pedras.
Com base nos depoimentos e na investigação policial, sabe-se que, antes de desaparecer, por volta das 14h Edson Davi pediu prancha emprestada ao dono de outra barraca. Um funcionário do estabelecimento, que fica a 90 metros da barraca da família do menino, relatou à Polícia que ele foi sozinho até lá e pediu a prancha. O pedido foi negado. “Não posso emprestar, pois o mar está bravo“, disse Ricardo Luiz Figueiredo, em seu depoimento. Meia hora depois, o pai, Edson Lima, levou o filho para comer um açaí no quiosque do Fabinho. Depois, segundo o pai, ambos desceram novamente para a barraca e ele fiocu sozinho cuidando do atendimento aos banhistas enquanto o filho ficou jogando no celular. Às 15h26, Jefferson, funcionário de Edson, disse que viu o menino de 6 anos sozinho na água. No primeiro depoimento, ele dizia que o menino poderia ter sido levado por uma família de argentinos que estava na praia. Edson Davi jogou futebol com as crianças da família. Em um segundo depoimento, no entanto, relatou: “o desaparecido, apesar de ter medo do mar, frequentemente ia à água nas oportunidades que ficava com o pai durante o expediente do mesmo na barraca na praia. E que, apesar de não entrar totalmente, Davi sempre ia até o mar, e muitas vezes sozinho“.
+ Táxis do Rio vão poder circular com bandeira 2 durante o Carnaval
Edson Davi ainda vai ao calçadão da praia, o que pode ser conferido em imagens de câmeras de segurança. Ele pede a prancha emprestada mais uma vez para o funcionário da barraca vizinha. Às 16h, funcionários de quiosque disseram à Polícia que jogaram altinha com Edson Davi até aproximadamente 16h20. Já o pai afirma que Edson Davi foi comer na barraca da família. Ele ainda joga altinha com filhos de uma família de argentinos que estava na praia. Depois, Jefferson afirma que viu Edson Davi entrar no mar, e que disse para ele sair da água. Segundo o funcionário, o pai não viu a criança entrar no mar. Às 16h47, Edson é visto na barraca, na foto em que supostamente aparece de cabelos supostamente secos. Segundo a Polícia, no entanto, nem o pai dele e nem o funcionário o viram no local. Às 17h20, a criança está na beira d’água, pouco antes do seu desaparecimento. Na sequência, Marize liga para o marido, que percebe que não sabe onde está o filho, pois parou de ouvi-lo brincar com a bola. Em seu depoimento, ele afirma que pediu a um funcionário para procurá-lo no mar: “Percebeu que não havia mais nenhuma movimentação de bola e pediu para Jeferson verificar na água; que o declarante esclarece que não tinha qualquer visibilidade da água, pois havia um barranco que o impedia de ver o mar, razão pela qual solicitou a Jefferson que descesse o barranco para ver o mar”, diz, no depoimento.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
Edson Lima, não foi encontrado para comentar as declarações. A mãe do menino, Marize Araújo, afirmou no dia em que o desaparecimento completou um mês que não acreditava na hipótese de afogamento, e sim no possível sequestro do filho.