Eduardo Paes sobre quarto mandato: “O espírito é de um governo novo”

Com 30 quilos a menos, prefeito retorna revigorado ao cargo em janeiro e garante um grande show internacional por ano na Praia de Copacabana até 2028

Por Melina Dalboni
20 dez 2024, 06h01
Eduardo Paes
Eduardo Paes: 'Não há nada melhor do que ser prefeito do Rio' (Leo Lemos/Divulgação)
Continua após publicidade

Em janeiro de 2025, Eduardo Paes estreia seu quarto mandato como prefeito do Rio de Janeiro e, apesar do repeteco, garante que, aos 55 anos, chega revigorado à cadeira. “Para mim, não é quarto mandato, é um novo governo. Esse é o espírito”, diz, no mesmo dia em que assinou um contrato de sigilo em torno das últimas etapas de negociação para que a cantora Lady Gaga seja a estrela do próximo grande show internacional, em maio, nas areias de Copacabana — assunto que mobiliza os locais. “Me fizeram assinar. Todo mundo me veta, acha que vou vazar tudo para a imprensa, botar nas redes sociais”, fala o alcaide, que é dado mesmo a um bom papo. Depois de realizar o bem-sucedido G20 no Rio, o político que tem o leme da cidade na mão, reeleito com 60% dos votos no primeiro turno, encarará grandes desafios no horizonte, como os nós da segurança (na parte que lhe compete), a saúde e a prevenção de trágicos deslizamentos e enchentes na temporada de calor. Em entrevista a VEJA RIO, Paes deu mais detalhes sobre o projeto de armar a Guarda Municipal, promessa de campanha, a distribuição gratuita na rede pública da medicação de emagrecimento que o ajudou a subtrair 30 quilos na balança e as novas diretrizes para os enroscos da desordem urbana. “A gente quer a cidade celebrando, viva, em festa, mas tem que respeitar as regras”, repete, feliz com a função sobre a qual não se cansa de dizer: “Não há nada melhor do que ser prefeito do Rio”.

Qual legado o G20, o encontro das maiores economias do mundo, deixou à cidade? Tem um legado concreto, que foi a reforma do MAM, mas o principal mesmo é a imagem, o branding. Quando fazemos uma final da Copa do Mundo, com bilhões de pessoas assistindo, uma Olimpíada, um show da Madonna, o G20, a gente se mantém como uma cidade desejada no Brasil e no mundo.

Acredita que o Rio está recuperando o protagonismo? Acho que sim. O Rio precisa do Brasil e o Brasil precisa do Rio, não é? Se o Brasil estiver muito mal também, nós é que mais sentimos. O que temos agora é um momento melhor do país no cenário mundial, e o Rio de Janeiro caminha junto.

A prefeitura se ofereceu para sediar o encontro do Brics em 2025, quando o Brasil assume a presidência do grupo. Já houve resposta do presidente? Ainda não, porque o Lula fica achando que eu peço tudo para ele. E peço mesmo.

Que outros eventos quer trazer ao Rio? Vamos entrar na disputa para fazer os Jogos Pan-Americanos de 2031, junto com Niterói.

Continua após a publicidade

Já está certo que teremos um grande show em maio? Teremos em maio de 2025, 2026, 2027, 2028. Isso eu posso garantir porque estou eleito até lá.

O que mais os cariocas podem esperar do primeiro ano do seu quarto mandato? Vamos começar oficialmente a transição, que será coordenada pelo vice-­prefeito eleito, Eduardo Cavaliere, a partir do Impa Tech (no Porto Maravalley, hub tecnológico da prefeitura na zona portuária), para que a gente possa continuar fazendo essas formações de que a cidade precisa, inovando, trazendo sustentabilidade, cuidando das finanças, entrando mais no tema da segurança, dando continuidade àquilo que a população escolheu.

A violência é apontada por mais de 70% dos cariocas como o maior problema do Rio. Entre as propostas que o senhor apresentou na campanha estava a de armar um grupo de elite da Guarda Municipal. Isso tem data para acontecer? Dependemos da aprovação da Câmara Municipal. O que estamos construindo neste período de transição é uma proposta, eu diria, mais estruturada, para apresentar no início do ano legislativo. Mas, para que aconteça, é necessária uma mudança da Lei Orgânica.

Continua após a publicidade

É algo difícil de acontecer, então? Se fosse fácil, eu já tinha feito. Tem quatro anos que ando tentando. A mudança da Lei Orgânica precisa de maioria absoluta na Câmara, dois terços dos votos.

O que será feito para evitar as notícias recorrentes de enchentes e deslizamentos no período das chuvas de verão? Criamos o Plano Verão, com uma série de ações de geotecnia, dragagem de rio, instalação de sirenes, sistema de raios e dois novos radares meteorológicos, que estão conectados com o Centro de Operações.

A Lagoa está passando por um momento de revitalização, tanto das águas quanto do entorno. Qual será a atuação da prefeitura quanto aos quiosques que se transformaram em boate a céu aberto, com música alta madrugada adentro? A gente quer a cidade celebrando, viva, em festa, mas tem que respeitar as regras. Determinei ao secretário (de Ordem Pública) Brenno Carnevale e ao subprefeito que cassem alvarás de quem for reincidente. Aconteceu uma vez, o.k., faz parte, você pune e dá multa, mas chega uma hora em que tem que cassar mesmo, porque tem gente que tem repetido o erro. Isso também acontece com muitos quiosques da orla de Copacabana.

Continua após a publicidade

Vai ser o primeiro prefeito a mergulhar na Lagoa ou isso ainda vai demorar? Quando acabar minha sessão de Ozempic e puder botar uma sunguinha, eu mergulho. Agora, a Lagoa é um corpo hídrico no meio de uma área urbana. Vai ter sempre uma dificuldade, já que há a sujeira da cidade. Por essas características, jamais será um lugar em que a pessoa vai ficar ali nadando como se fosse a praia. Mas o garotão pode esquiar, o sujeito do remo consegue remar, o outro veleja sem ficar doente.

O genérico do Ozempic será oferecido mesmo nas Clínicas da Família? O Daniel Soranz (secretário de Saúde) me disse que em 2026 quebra a patente do Ozempic e que temos que botar na rede pública, porque toda pessoa com condições, incluindo o prefeito, tem acesso aos benefícios desse remédio, que é transformador na vida das pessoas. Eu já estou fazendo lobby com o presidente Lula e com a ministra (da Saúde) Nísia Trindade para que isso seja nacional.

Segue em dieta? Estou na fase de manutenção. Tomo Ozempic às vezes, a cada quinze dias, e estou fechando a boca durante a semana. Desde que começou a campanha, não consegui voltar a andar de bike, mas minha saúde melhorou muito. Meu colesterol estava na Lua, todas as minhas taxas, erradas. Perdi 30 quilos e acabei de fazer um check-up completo, exame de sangue, e deu tudo certo.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

a partir de R$ 29,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.