Caso Embelleze: investigação revela desvio no dia da morte do fundador
Filho de Monique Elias tirou mais de R$ 415 mil da conta do ex-padrasto, o empresário Itamar Serpa, e repassou para sua própria conta

A quadrilha indiciada por suspeita de desviar R$ 122 milhões de Itamar Serpa, fundador da Embelleze, fez transferências bancárias em nome do empresário no dia da morte dele, 18 de julho de 2023. Serpa estava internado em um hospital desde o mês anterior. Segundo investigações da Polícia Civil, João Carlos, filho da influenciadora Monique Elias, ex-mulher do empresário, tirou mais de R$ 415 mil da conta dele e repassou para sua própria conta. A conduta, segundo a polícia, constitui fraude patrimonial. Deste valor, R$ 700 foram transferidos para Matheus Palheiras, que àquela altura já tinha deixado de ser amante de Monique e se tornou marido da influenciadora.
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Por conta de de mudanças no testamento de Itamar Serpa e decisões dele motivadas por conversas com Jéssica Ferrer, um personagem que a polícia descobriu ter sido criado por ele para influenciar o empresário por meio de emails com acusações contra a família dele, Monique também recebeu R$ 74,5 milhões em cotas da empresa, além de um apartamento na Barra e uma fazenda em Valença, no Sul Fluminense. Foram feitas ainda duas apólices de seguro de vida em favor dela, no valor de R$ 28 milhões. As investigações apontam que o valor total desviado foi de mais de R$ 122 milhões. Ela, Matheus e João Carlos foram indiciados por estelionato, furto mediante fraude e por associação criminosa — e são investigados ainda por suspeita de lavagem de dinheiro.
As investigações ficaram por conta da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Rio, que apontou que os emails da suposta amiga de Serpa, Jéssica Ferrer, eram ligados a um número de celular que pertencia a Monique. O número é inclusive citado por Monique como seu contato oficial em um registro de ocorrência. Um dos e-mails foi acessado a partir de um IP (número exclusivo que identifica cada dispositivo ligado a uma rede de internet) vinculado a um outro telefone celular de Monique. O número, inclusive, era utilizado como PIX de Matheus Palheiras.
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Em nota à TV Globo, Monique Elias lamenta que “mais uma vez, uma mulher honesta, que construiu família e tem três filhos do falecido, esteja sendo vítima de uma campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade, antes do devido processo legal” que conduzirá a Justiça Brasileira a dizer não mais uma vez para a misoginia, o etarismo e tantos preconceitos sofridos pelas mulheres de todo o Brasil, fazendo com que a verdade prevaleça. Matheus e João ainda não se manifestaram sobre as acusações.