O Rio de Janeiro poderá ter 7,35% de seus território coberto pelas águas do mar até 2100, se o planeta aumentar as emissões de gases de efeito estufa, e 4,4% se o ritmo de emissões continuar o atual. A estimativa consta em um estudo desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com a agência Climate Impact Lab divulgado nesta terça (28). No pior dos cenários, a capital fluminense poderia ver o nível do mar aumentar 23,84 cm até o meio do século e 65,67 cm até 2100. O documento alerta que o avanço das águas sobre a terra, e que deverá atingir outros locais do mundo, é uma consequência do aquecimento global. A cidade de Santos, no litoral paulista, por exemplo, pode ter 7,57% de sua superfície coberta caso haja aumento de emissões.
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Para fazer as projeções, o estudo utilizou imagens de satélite, mareógrafos e modelos do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). E, para estimar o impacto do aumento do nível do mar, simulou três cenários diferentes com base na concentração de emissão de gases de efeito estufa: baixa emissão (a temperatura da Terra até 2100 não aumentaria mais que 2ºC); emissão intermediária (aumentaria a temperatura até 2100 em 2,7ºC); e emissão muito alta (aumentaria a temperatura em 4,4ºC até 2100). No cenário atual, no qual a emissão de gases é considerada de nível intermediário, a previsão é de que o país sofra com o aumento de 21,65 cm do nível do mar até metade do século, e 49,98 cm até 2100 – os dois números estão acima da média global, 18,15 cm e 40,73 cm, respectivamente.
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Se as emissões não cessarem e permanecerem como estão, os impactos das inundações poderão, até 2100, atingir áreas costeiras povoadas por até 73 milhões de pessoas em todo o mundo. O estudo informa ainda que, até o final do século 21, “alterações climáticas podem provocar a submersão de uma parcela significativa de terra” em territórios como Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caimã e Maldivas. “Centenas de cidades altamente povoadas enfrentarão um risco acrescido de inundações até meados do século, relativamente a um futuro sem alterações climáticas”, afirmam as entidades. “Isto inclui terras que abrigam cerca de 5% da população de cidades costeiras como Santos, no Brasil, Cotonou, no Benin, e Calcutá, na Índia. Prevê-se que a exposição ao risco de inundações duplique para 10% da população até ao final do século”, alertam.