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Entrada livre: documentário revela Vila Mimosa através de suas prostitutas

Roteirista e diretora Chris Alcazar encontrou em poema de Drummond o nome do filme que começa a rodar em novembro

Por Paula Autran
Atualizado em 26 out 2021, 16h40 - Publicado em 25 out 2021, 18h06
Foto de rua que está no filme "Na rua de baixo, onde é proibido passar"
"Na rua de baixo, onde é proibido passar": acesso à zona de prostituição mais antiga do país (TV Zero/Divulgação)
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Mais do que a história, as histórias do reduto de prostituição mais antigo do país estão virando documentário. A roteirista e diretora Chris Alcazar pinçou no poema “A puta”, de Carlos Drummond de Andrade, o título da obra, que começa a filmar em meados de novembro, no atual endereço da Vila Mimosa, a Praça da Bandeira. “Na rua de baixo, onde é proibido passar” pretende revelar onde e como vivem as chamadas mulheres de programa.

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“Ao dar voz a elas, assim como aos donos dos imóveis, frequentadores e comerciantes locais, podemos conhecer que lugar é este. Através desta coleção de histórias a gente é apresentado à Vila Mimosa”, conta Chris, que há alguns anos vem se dedicando ao tema da prostituição. “É um filme bem focado no hoje. O passado vem pelo que contam os personagens”, explica.

Ela é uma das roteiristas da série “Me chama de Bruna”, sobre  a vida de Raquel Pacheco, desde sua conturbada adolescência até o início de sua prostituição, bem antes de tornar-se famosa como Bruna Surfistinha. Maior audiência entre as produções brasileiras da Fox America Latina, foi licenciada para 50 países, entre eles, o Vaticano.

Chris também roteirizou o livro “Filha, mãe, avó e puta”, de Gabriela Leite, prostituta que trabalhou na Vila Mimosa, quando ainda era na Zona do Mangue, e estudou Ciências Sociais na USP. Gabriela, que morreu em 2013, fundou a ONG Davida para atuar na defesa dos direitos de mulheres como ela, além de idealizar a grife Daspu, cujo nome era uma provocação à Daslu, a maior loja de artigos de luxo do Brasil. O filme, no entanto, acabou não indo adiante.

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“Mas o tema me pegou!”, conta Chris, que já conversou com mais de 30 personagens para o novo projeto. O filme – produzido pela TvZero, sob o comando de Roberto Berliner – deve ser lançado no ano que vem.

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