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Como funcionava esquema de policiais civis com o tráfico de drogas no Rio

Em operações diferentes, Polícia Federal desmonta quadrilhas de agentes que venderam maconha apreendida à facção e desviaram parte de apreensão de cocaína

Por Da Redação
20 out 2023, 13h12
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Prova do crime: tabletes de cocaína apresentados pela 25ª DP em dezembro de 2020 eram menos da metade do montante de fato apreendido, segundo a PF . (Polícia Federal/Divulgação)
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Um dia depois de o novo secretário da Polícia Civil do Rio, o delegado Marcus Vinícius Amim Fernandes, dizer que a instituição “não precisa de babá”, ao comentar a Operação Drake, da Polícia Federal, desencadeada na nesta quinta (19), a PF iniciou nesta sexta (20) uma nova investida contra a corrupção na Polícia Civil. Os alvos, desta vez, são três agentes e um delegado que, segundo as investigações, desviaram parte de uma apreensão de cocaína quando serviam na 25ª DP (Engenho de Dentro). Na quinta (19), quatro agentes que passaram pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e um advogado foram presos por tráfico de drogas porque interceptaram uma carga de maconha e receberam propina para liberá-la.

+ Quem é Marcus Amim, novo secretário de Polícia Civil do estado do Rio

As investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF) apontam que há 2 meses os quatro agentes venderam 16 toneladas de maconha para o Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado. Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, Eduardo Macedo de Carvalho, Juan Felipe Alves da Silva e Renan Macedo Villares Guimarães teriam escoltado a carga até uma favela dominada pela facção. Segundo os investigadores, em agosto, um dia após abordarem um caminhão frigorífico, agentes da Polícia Rodoviária Federal encontraram novamente o veículo, dessa vez vazio e sem a escolta da DRFC. Além de constatar que havia sido carregada com maconha, o condutor explicou que foi levado pelos policiais civis até uma comunidade vizinha à Cidade da Polícia, onde a carga foi descarregada, após o advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão ajudar na negociação. Todos foram presos.

Na operação desta sexta (20), batizada de Déjà Vu, até Renato dos Santos Mariano, que foi titular da 25ª DP (Engenho de Dentro), é um dos suspeitos. A 5ª Vara Federal Criminal do Rio determinou que ele e outros quatro policiais sejam afastados das funções e passem a usar tornozeleira eletrônica. Cerca de 50 policiais federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão na capital e em Araruama, na Região dos Lagos. No Rio entre os endereços estavam a 33ª DP (Realengo), onde os quatro suspeitos estavam atualmente, e uma mansão em Vargem Grande, ambas na Zona Oeste. Há ainda o sequestro de 5 milhões de reais em bens dos investigados. Na casa de Vargem Grande, agentes apreenderam cerca de 70 mil reais em espécie, entre reais e dólares. As defesas dos investigados ainda não se manifestaram.

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Segundo o portal G1, a investigação é um desdobramento da Operação Turfe, que a PF deflagrou em fevereiro do ano passado, contra o tráfico internacional de drogas. Em dezembro de 2020, os agentes monitoravam uma carga de 500kg de cocaína que seria exportada em contêineres a partir do Porto do Rio. Grande parte da droga estava escondida em “big bags”, nome dado a sacos utilizados para enviar minério de silício para a Europa. Durante o monitoramento da PF, uma equipe da Polícia Civil abordou, na saída do Complexo da Maré, o caminhão que transportava a droga e efetuou a prisão em flagrante do motorista do veículo. Ainda de acordo com a PF, os policiais civis relataram terem retido sete malas contendo aproximadamente 220 kg de cocaína — outras 10 malas com 280 kg do entorpecente teriam sido desviadas.

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