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Após 20 anos fechada, Leopoldina será reformada e ganhará centro cultural

Estação terá plataforma e área de embarque recuperadas por obras orçadas em 5 milhões de reais; prédio da Francisco Bicalho segue abandonado

Por Da Redação
16 Maio 2022, 13h26
A imagem mostra a fachada do abandonado prédio da Estação Leopoldina
Estação Leopoldina: entorno é considerado pela prefeitura área mais estratégica. (Carlos Luis M C da Cruz/Wikicommons)
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Após quase duas décadas de abandono, a Estação Ferroviária Barão de Mauá, mais conhecida como Estação Leopoldina, parece finalmente estar chegando perto de uma recuperação. Parte do espaço passará por obras de restauração nos pisos, revestimentos, laje e instalações elétricas, graças a um acordo assinado entre o Ministério Público Federal (MPF), que tenta recuperar o terminal desde 2013, e a SuperVia. Dentro da estação, será instalado, no prazo de até um ano após a conclusão da reforma, um centro cultural com investimento mínimo previsto de 500 mil reais. A execução das obras de restauro deve custar um total de 5 milhões de reais.

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As intervenções deverão seguir o projeto executivo que foi apresentado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O projeto executivo foi protocolado no Iphan em 12 de janeiro deste ano e é analisado, segundo o instituto, com prioridade. Conforme prevê o cronograma, as obras deverão ser concluídas em 12 meses a partir do seu início – que ainda não tem data prevista. Elas só poderão começar após aprovação do órgão. Em nota ao jornal O Globo, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que uma empresa foi contratada para realização do projeto necessário às obras futuras e que “foram estabelecidos entendimentos e providências administrativas no sentido dar início à efetiva restauração do prédio, além da busca por entendimento com ente federativo local”.

Em 2021, o juiz Paulo André Espirito Santo, da 20ª Vara Federal do Rio, declarou, após vistorias, que o cenário da estação era “deplorável” e “digno de dar vergonha”, com janelas quebradas, pichações, fissuras e restos de telas. Pelo acordo firmado com o MPF, a concessionária se compromete a reformar as quatro plataformas por onde passavam os trens e a gare, nome do pátio da área de embarque dos passageiros. Lá, os pisos e revestimentos centenários das plataformas serão recuperados, assim como a rede de iluminação e o sistema de águas pluviais. Já na gare, além das revitalizações, as telhas e o forro interno da cobertura vão ser substituídos, e os dois banheiros públicos existentes passarão por reforma. Também será instalado um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Já o imóvel de quatro andares na Rua Francisco Bicalho, no Centro, é de responsabilidade conjunta da União e do Estado do Rio e continua esperando por reforma.

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Inaugurada em 1926 e fechada para passageiros em 2001, a Estação Leopoldina guarda inúmeros tesouros históricos. “São placas de bronze, balcões trabalhados de madeira e mármores e granitos. Mas os mais importantes são um vagão e uma locomotiva da antiga Estrada de Ferro do Corcovado, de 1909, e um carro de passageiros do fim do século 19, do Império”, enumerou ao jornal o professor e historiador Milton Teixeira.

“A SuperVia espera que o projeto ajude a resgatar a memória daquele período de grande expectativa com o início do processo de industrialização. A concessionária reconhece o simbolismo da estação e, por isso, está se empenhando para revitalizar os espaços, mesmo em meio à forte crise econômica”, diz o diretor de manutenção da concessionária, Roberto Fischer.

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