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Estado do Rio de Janeiro se mantém em nível de desmatamento zero

No período de 1985 a 2015, os fluminenses conseguiram regenerar 4.092 hectares de toda a área

Por Agência Brasil Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 fev 2017, 14h35
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  • O Rio de Janeiro permanece em nível de desmatamento zero de Mata Atlântica, segundo dados divulgados hoje (6) pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em um estudo dedicado ao estado do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. A unidade da Federação já foi uma das campeãs de desmatamento deste bioma no passado.

    “Teve menos de um quilômetro quadrado de desmatamento nos últimos levantamentos anuais. Desde 2011, o Rio de Janeiro se encontra no nível de desmatamento zero”, disse a diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota. Entre 2014 e 2015, foram 27 hectares (um hectare tem uma área equivalente à de um campo de futebol) desmatados.

    No período de 1985 a 2015, foram regenerados no estado 4.092 hectares, ou o equivalente a 40,92 km², diz o estudo. Marcia Hirota diz que, à medida que se tem o controle do desmatamento, principalmente das áreas acima de 13 hectares, porque ainda ocorre desmatamento no Rio de Janeiro com a extensão urbana, o desafio agora é aumentar a cobertura florestal nativa, em especial nas áreas de preservação permanente.

    O levantamento visa a alertar o Poder Público, as autoridades e os proprietários de terra sobre a importância de proteger a Mata Atlântica e promover a recuperação florestal.

    Regeneração

    Em todos os 92 municípios fluminenses há ocorrência de Mata Atlântica. Desse total, o Atlas identificou regeneração em 77. Os municípios que apresentaram mais áreas regeneradas no período compreendido de 1985 a 2015 foram Casimiro de Abreu, com 267 hectares (ha); Itaperuna (223 ha); Duas Barras (220 ha); Rio de Janeiro (209 ha); Vassouras (203 ha). A diretora disse que a área da Bacia do Rio São João, que registra a ocorrência do mico leão dourado, onde existem várias reservas particulares, tem contribuído para a formação de um corredor e a interligação dessas florestas para garantir a biodiversidade da região.

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    Não foram descobertos pelo estudo os fatores que contribuíram para a regeneração da Mata Atlântica no estado. Marcia avaliou que algumas áreas que sofreram queimadas ou foram desmatadas e depois abandonadas podem ter tido um processo de regeneração natural. Em outras, a regeneração foi provocada pela ação do ser humano, por meio do plantio de mudas de espécies nativas, em ações de restauração florestal.

    De acordo com o Atlas, a Mata Atlântica cobria originalmente 100% da área do estado do Rio de Janeiro, o que corresponde a cerca de 4,37 milhões de hectares. Hoje, restam 820,23 mil hectares desse bioma. “Somando a isso todas as áreas naturais, não chega a 21% do total do estado”, disse Marcia.

    Apesar de o Rio de Janeiro ter alcançado o posto de estado com nível de desmatamento zero, ele ainda integra a lista dos municípios que mais desmataram no período pesquisado, com 13 representantes. O Atlas mostra que, juntos, esses municípios desmataram 94,82 mil hectares de Mata Atlântica, o correspondente à área do município de Nova Friburgo (RJ).

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    Compromisso

    Marcia destacou a existência de um esforço governamental para a regeneração da Mata Atlântica no Brasil. O país assumiu o compromisso, no Acordo de Paris, firmado em dezembro de 2015, de restaurar 12 milhões de hectares até 2030. O Brasil integra também um pacto pela regeneração da Mata Atlântica que reúne várias organizações, cuja meta definida é de 15 milhões de hectares restaurados até 2050. “Nós temos muitas áreas que precisam ser restauradas, recuperadas, especialmente para garantir serviços ambientais como, por exemplo, águas”. A mata ciliar tem um papel importante nesse processo para evitar assoreamento, para proteger os solos nas margens dos rios, garantir qualidade e quantidade de água para o consumo.

    “Nós precisamos fazer com que a floresta garanta os serviços ambientais e que isso seja feito a partir de esforços coletivos. Poder público, iniciativa privada, fontes de financiamento e proprietários de terras têm de se aliar nesse esforço, de modo a contribuir para o desenvolvimento, aliado à restauração florestal, gerando empreendedorismo, trabalho, renda. É uma agenda positiva para o país”, disse.

    Para Márcia, isso depende também de maior sensibilização da população. “Começa dentro de casa, no nosso bairro. Vocês do Rio de Janeiro são privilegiadíssimos. Em qualquer lugar que esteja, está próximo de uma floresta, riqueza em termos de espécies animais, vegetais. Isso faz muita diferença”. Segundo ela, um ambiente com menos poluição, melhor qualidade de vida, garante também mais saúde e bem-estar para a população. “É muito o que a gente vem reforçando, que todo mundo tenha um ambiente melhor e que esse ambiente melhor também seja compartilhado com as futuras gerações”.

    O Atlas mostra, ainda, que o estado do Rio de Janeiro se preocupa em ampliar as unidades de conservação privadas, chamadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), totalizando 150 unidades desse tipo. Os destaques são os municípios de Nova Friburgo e Silva Jardim, com 20 reservas privadas, cada.

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