Pão quentinho com manteiga, um bolinho doce e, de quebra, uma xícara de café com leite. O típico (e saboroso) café da manhã brasileiro em nada se assemelha ao desjejum de nossos ancestrais. Mas, para quem deseja perder peso, uma viagem ao túnel do tempo pode ser bastante eficaz. Milhares de anos depois, a alimentação do povo das cavernas tornou-se exemplo para os que pretendem secar as gordurinhas extras e ganhar massa muscular. Com mais de 50% do cardápio só de carnes, a dieta paleolítica ? adotada por celebridades como Megan Fox, Jessica Biel e Miley Cyrus ? começa a ganhar força por aqui. Entre as adeptas da novidade está a atriz Cléo Pires, que associou o regime (que restringe os carboidratos de alto índice glicêmico) às aulas de crossfit. Conclusão: 6 quilos eliminados antes de entrar em cena na minissérie O Caçador.
Formulada pelo professor da Universidade do Colorado Loren Cordain, a teoria parte do princípio de que geneticamente somos muito parecidos com os nossos ancestrais dos últimos períodos da era paleolítica, que viveram há cerca de 100?000 anos. Referência em saúde, músculos e magreza, eles nem sequer vivenciaram o período da agricultura e, por consequência, dos processados como pães e massas, atualmente na base da pirâmide alimentar. “A grande questão é que nosso organismo não consegue metabolizá-los, o que provoca lesão nas células e, a médio e longo prazo, malefícios à saúde”, diz a nutricionista esportiva Maria Fernanda Pio. “Portanto, essa é uma dieta que pode ser adotada como um estilo de vida, e não só para perder peso”, acrescenta.
Assim como todo regime da vez, a novidade não está imune a polêmicas. A grande quantidade de proteínas, nociva a quem tem problemas renais, e o estímulo de jejuns prolongados para maior queima de gordura, outro segredo desse método, são alguns pontos postos em xeque pelos médicos. Mas, para os adeptos, as promessas são tentadoras: menos 8 quilos em um mês, aumento de massa magra, melhora no sono, no humor, maior ganho de energia durante o dia e prevenção de doenças crônicas, como as cardíacas, hipertensão e câncer. “Não me lembro da última vez em que fiquei doente. Sem contar a energia e a disposição que ganhei”, garante a estudante de nutrição Marcela Martins, seguidora do regime há seis meses. Em um país onde 90% da dieta de seus moradores está fora do padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a saída pode ser mesmo olhar para o passado.