Alquimia é pouco. Ele já solidificou molhos, liquefez carnes, gaseificou trufas. Com técnicas de vanguarda, cria obras de arte comestíves. No estilo de nomes como o catalão Ferran Adrià e o americano Grant Achatz, chef do Alínea, casa em Chicago com três estrelas no Guia Michelin, vem se firmando como um dos mais inventivos cozinheiros de sua geração. Curiosamente, o talento para poucos ganhou notoriedade neste ano, quando o carioca Felipe Bronze, 33 anos, passou a revelar alguns de seus truques no Fantástico, no quadro O Mago da Cozinha. Nos jantares do Oro, seu endereço no Jardim Botânico, eleito pela segunda vez consecutiva o melhor contemporâneo da cidade, a magia é feita ao vivo. Menus fechados, de três a dezesseis etapas, promovem um desfile de pratos com apresentação impressionante e plenos de sabores ? às vezes reunidos na mesma garfada. O que chega à mesa é concebido em um laboratório mantido por Bronze, com equipamentos de última geração e recipientes de vidro que lembram tubos de ensaio. Assim nasceram receitas como a do royale de foie gras, prato em que o ingrediente, transformado num creme de textura impressionante, é acompanhado de gel de maracujá, granola e frutas desidratadas. Pela consistência desse trabalho, aliada ao encanto de suas criações, o cozinheiro recebe do júri de VEJA RIO seu segundo troféu de chef do ano.