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Entrou areia

Reforma em quiosque ameaça as festas que tornaram a Pedra do Leme um point do verão

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 2 jun 2017, 13h11 - Publicado em 7 mar 2014, 19h01
Francisco Almendra
Francisco Almendra (Redação Veja rio/)
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No verão em que os cariocas se armaram com o isopor carregado de latinhas para fugir da carestia, um espaço dedicado a atrações gratuitas se firmou na agenda da cidade. Trata-se da Pedra do Leme, um cantinho da orla mais famosa do país, espremido entre o Caminho dos Pescadores e o Forte Duque de Caxias. Graças à iniciativa de produtores independentes, o platô de onde se descortina toda a Praia de Copacabana serviu de palco para concorridos eventos, que chegaram a reunir milhares de pessoas. Exemplos dessa boa safra foram os ensaios do bloco Virtual, que atingiram seu auge na apresentação de sexta, véspera de Carnaval, a festa Disritmia, com suas edições mensais sempre abarrotadas, e os espetáculos da banda Mohandas, igualmente apinhados de gente. A própria prefeitura incentivou outros blocos a se exibirem naquele canto da praia, devido ao impacto mínimo no trânsito. “É maravilhoso ver que conseguimos ocupar com boa música um local que passava despercebido pelos próprios cariocas”, diz a DJ Lili Prohmann, idealizadora da Disritmia, que cresceu no bairro. “Antes dessa ocupação, tínhamos de ir embora dali quando começava a escurecer, porque era perigoso.”

Porém, há uma pedra no meio do caminho dessas atrações ao ar livre. Apesar de comemorarem a consolidação do espaço como um ponto de diversão “0800”, os produtores estão preo­cupados com o futuro da programação. Desde o início de fevereiro, a área onde o pessoal costuma se esbaldar, na parte elevada, está cercada de tapumes, para a substituição dos quiosques antigos pelos modelos modernos. Com o local interditado, a turma teve de descer para o largo no calçadão ­? onde, por sinal, já ensaiava o bloco Brasil ?, e a agenda prosseguiu com o mesmo sucesso de público. Mas os organizadores temem que, após o término das obras, que deve ocorrer em maio, os quiosques mudem de mãos, o que pode se transformar num empecilho para a realização das festas. Eles receiam o fim da parceria com os atuais concessionários dos pavilhões, que cedem eletricidade para alimentar a aparelhagem de som e fornecem bebidas para a moçada. A Orla Rio, empresa que explora os equipamentos, por sua vez, informa que os atuais locatários têm prioridade para ficar no lo­cal, o que não é exatamente uma garantia de que eles de fato permanecerão. Em meio às incertezas, o baile não pode parar. Neste sábado (8) está prevista a exibição por lá do bloco Mulheres de Chico. No dia seguinte acontece mais uma Disritmia. “A ampla aceitação do público mostra que havia uma demanda reprimida por eventos grátis e ao ar livre”, avalia Lili Prohmann. Numa cidade com vocação para se divertir, como a nossa, há que chegar a um consenso.

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