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Filho de diarista é aprovado em 1º lugar em Direito na PUC-Rio

Desde que entrou na escola, aos cinco anos, João Antonio Lima da Silva sempre estudou em escolas públicas

Por Agência Estado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2017, 15h34 - Publicado em 14 fev 2017, 15h34
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  • Ele sempre foi um dos melhores alunos da turma e, quando estava no 8º ano, um professor o indicou para um programa que oferece bolsas para alunos da rede pública nas melhores escolas particulares do Rio. João Antonio Lima da Silva, de 17 anos, conseguiu a vaga no programa e neste ano foi aprovado em primeiro lugar no curso de Direito da PUC-Rio e uma bolsa integral pelo Programa Universidade para Todos (Prouni).

    Silva mora no bairro do Benfica, na zona norte do Rio, com a mãe que é diarista, dois irmãos mais novos, o padrasto e um tio. Desde que entrou na escola, aos cinco anos, ele sempre estudou em escolas públicas. “Sempre tive boas notas, gostava muito de ir para a escola e de estudar”, contou.

    Quando estava no 8º ano, um professor de matemática o orientou para fazer a prova de bolsas do Ismart – entidade privada que concede bolsas em escolas particulares para jovens de baixa renda de 12 a 15 anos. “Não sabia o que era e nunca tinha falado desse programa, mas tentei e consegui. Foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.”

    Silva ganhou uma bolsa para o colégio São Bento, mas continuou estudando na rede pública municipal. “Estudava de manhã no São Bento e a tarde na escola pública. Era muito puxado, acordava cedinho, pegava ônibus e só voltava para casa a noite.”

    No ensino médio, ele estudou apenas no colégio São Bento, mas em período integral. Ele contou que foi difícil acostumar com o ritmo de estudos e a cobrança da nova escola. “Eu estava acostumado a ser o melhor e lá não foi assim, mas depois consegui melhorar”, disse.

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    Ele contou que virou referência na família e entre os vizinhos. “Minha mãe conta pra todo mundo tudo o que eu consegui, ela tem muito orgulho”, disse. Silva disse que decidiu fazer Direito para ajudar pessoas como a sua mãe e familiares. “Onde eu cresci via que as pessoas não sabem que têm direito a educação, assistência social. Eu quero poder ajudá-las”. Ele disse que pretende fazer concurso público para ser promotor de justiça.

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