Os pastores Marcos Canuto da Silva e o marido, Fabio Inácio, conseguiram reconhecer legalmente a dupla paternidade do filho adotivo. Após decisão da justiça do Rio, os dois tiveram seus nomes incluídos no espaço destinado à filiação da certidação de nascimento de Felipe, de 10 anos. O documento foi lavrado na sexta (10), no cartório do 3° Registro Civil da Capital do Rio de Janeiro.
“Eu vejo como uma vitória do amor. A justiça apenas reconheceu aquilo que o nosso amor já tinha escolhido”, diz Marcos. “Eu tinha o sonho de ser pai. Na adolescência me deparei com a orientação sexual e achava que seria impossível, mas conseguimos”, comemora ele, que é pastor da Igreja Cristã Contemporânea. A instituição possui nove templos, sendo seis no Rio, e não condena a orientação sexual dos seguidores.
A luta durou quatro anos. Foi preciso enfrentar um processo de adoção conjunta, em que a aproximação com Felipe se deu de forma gradual. “Tinhamos receio que ele nos rejeitasse, o que jamais aconteceu”, relembra Marcos. Para que pudessem assumir a paternidade, precisaram ainda enfrentar um périplo. Juntos há oito anos, os dois se casaram quatro vezes.
Em 2009, quando esta ainda era a única opção, realizaram uma escritura declaratória de união homoafetiva. Dois anos depois, quando se liberou a união estável para casais do mesmo sexo, eles realizaram a mesma. Em 2013, com a decisão da Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os dois converteram sua união estável em casamento civil.
Fábio utilizou seu perfil no Facebook para comemorar. “A Justiça reconheceu o que o amor escolheu. Antes unidos somente pelo amor, hoje unidos e reconhecidos pela lei dos homens. Felipe Gladstone agora é oficialmente nosso filho. Pai + pai, viva a Família Contemporânea!”, disse. Eles também estão em processo de adoção do seu segundo filho, já em fase final.