Após retornar à Câmara no final de 2015 apenas para apoiar a recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Casa, o deputado Marco Antonio Cabral (PMDB-RJ) se licenciou novamente do mandato. Segundo a Mesa Diretora, o filho do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) pediu licença do cargo nessa terça (5), para voltar ao cargo de secretário do Esporte do Estado do Rio de Janeiro, que ocupava até o início de dezembro.
Cabral foi o segundo parlamentar do PMDB que tinha assumido o mandato para apoiar Picciani a retornar ao cargo de secretário. O deputado Pedro Paulo (RJ) já tinha se licenciado em 28 de dezembro, para retornar ao comando da Secretaria Executivo de Governo da Prefeitura do Rio.
De acordo com Picciani, Pedro e Cabral voltaram aos postos de secretários apenas porque a Câmara está em recesso, mas devem retomar os mandatos no início dos trabalhos legislativos, em fevereiro.
A ideia é que os dois apoiem a reeleição de Picciani ao posto de líder do PMDB e ajudem a barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Picciani e Dilma também contarão com o apoio do vereador carioca licenciado Átila Nunes (PMDB-RJ), que toma posse como deputado nesta quarta-feira, 6.
A posse foi garantida por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se negar a empossar Nunes, pelo fato de ser vereador.
A ala pró-impeachment do PMDB apostava na saída de Pedro Paulo e Marco Antonio durante o recesso para tentar retomar a liderança do PMDB de Picciani. O deputado fluminense chegou a ser deposto no início de dezembro após articulação do grupo peemedebista contrário ao governo, que indicou Leonardo Quintão (MG), mas conseguiu se reconduzir ao posto com ajuda do Planalto e do PMDB do Rio – que articularam o apoio a Picciani de sete dos 35 deputados que tinham apoiado Quintão.
Diante desse cenário, o atual líder do PMDB garante que, mesmo com a saída dos dois secretários, continua tendo maioria da bancada. “Com os dois secretários, o quórum da bancada era de 69 deputados. Tive 36 assinaturas, uma a mais do que precisava. Se tirasse os dois, meu apoio cairia para 34, mas o quórum iria para 67, e eu continuaria tendo maioria”, explica Picciani, que contará ainda com mais um apoio, após a posse de Átila Nunes.