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Forças Armadas continuam no Rio e especialistas criticam

Alto custo e baixa eficácia: índices de violência tem números fora da expectativa

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 dez 2017, 14h04
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  • Apesar do alto custo e da eficiência criticada por especialistas de segurança, o governo federal, que investiu R$ 10,5 milhões por mês na mobilização de militares, confirmou nesta quarta (27) a permanência das tropas na Região Metropolitana da cidade até o fim do próximo ano.

    Desde julho, foram realizadas 14 operações em apoio à PM e à Polícia Civil, mas os resultados não corresponderam às expectativas. A União informou ontem que os gastos com operações do Exército, Marinha e Aeronáutica chegaram a R$ 42,2 milhões, sendo que ainda podem bater o orçamento de R$ 47 milhões, já que parte das contas ainda não foram liquidadas. Segundo o Ministério da Defesa, a renovação do acordo de colaboração com o estado já foi acertada.

    Doutora em Sociologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Maria Isabel Couto discorda do ministro da Defesa quando ele diz que a atuação das Forças Armadas surtiu o efeito esperado: “Os indicadores da violência não melhoraram. Algumas comunidades que foram alvos de operações, como a Rocinha e o Morro do Juramento, ainda vivem em clima de guerra. Os governos federal e estadual gastam muito dinheiro com segurança, mas gastam mal, aplicam poucos recursos em ações preventivas e de inteligência.”

    José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, também questiona a eficácia das operações e destaca que os recursos gastos com a mobilização da tropa federal poderiam ter sido aplicados em melhorias para as polícias Militar e Civil: ” Está valendo a pena? A mobilização da tropa federal ajudou a reverter a crise da segurança do estado? O custo das operações, que pode chegar a R$ 47 milhões, seria suficiente para a compra de 800 viaturas. O que vimos foi mais um socorro político do que uma resposta efetiva, operacional, contra a violência espalhada pelas ruas e por comunidades dominadas por traficantes e milicianos”.

    A tropa começou a atuar no Rio para baixar índices da violência, principalmente os roubos de cargas, crime que, de acordo com o Instituto de Segurança Pública do estado, cresceu 29,7% em julho em relação ao mesmo mês de 2016. No entanto, apesar de uma redução de 15% em novembro deste ano (em comparação semelhante), os resultados ainda estão abaixo da expectativa.

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    No período em que as Forças Armadas passaram a atuar no estado (de agosto a novembro), os registros de roubos de veículos saltaram 25%, passando de 17.877 (no ano passado) para 22.346. Já os casos de homicídios dolosos subiram de 2.106 para 2.151. Roubos de cargas e de pedestres tiveram pequenas variações: a estatística do primeiro tipo de crime caiu de 4.397 para 4.265; do segundo, de 41.549 para 39.410.

    Em nota, a Secretaria estadual de Segurança afirmou que “a participação, integração e a longa parceria com as Forças Armadas é valiosa no combate ao crime, especialmente em momento de escassos recursos humanos e materiais”. Além disso, o órgão lembrou que, em parceria com o governo federal, foi criado o Grupo Integrado de Enfrentamento ao Roubo de Cargas, que permitiu a redução de casos no mês passado.

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