O camarote estava cheio, mas as atenções não estavam voltadas ao grande carro alegórico da Portela, a quinta colocada no Carnaval deste ano e a segunda escola a desfilar na Marquês de Sapucaí no Sábado das Campeãs. Registrada pelo fotógrafo Felipe Silva, a foto que mostra o público em área exclusiva do Sambódromo ignorando a passagem da agremiação viralizou nas redes sociais.
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Segundo o autor do clique emblemático, em entrevista ao G1, a foto foi feita para fazer um contraste entre a elite nos camarotes com o carro que representava os navios negreiros, vindos da África carregados de escravos em situações desumanas. Após ver a imagem, Felipe percebeu que os fotografados não olhavam a cena. “São várias mensagens na mesma imagem. Não é só a questão do camarote, tem também a falta de respeito com a nossa cultura”, disse ao portal.
Uma das reclamações mais recorrentes no Carnaval deste ano foi o som alto nos camarotes da Sapucaí, que entrava em conflito com os próprios sambas das escolas. O mesmo problema foi observado durante o desfile a azul e branca de Madureira por Felipe, que passava o seu primeiro Carnaval na Sapucaí. “Eu não acreditei. Achei falta de respeito. Eu acho que, no mínimo, no momento que a escola for entrar na Avenida, deveriam parar com o som nos camarotes”, ressaltou o fotógrafo.
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Além do som alto, crítica que apareceu muitas vezes entre as justificativas dos jurados dos desfiles, foram comuns as reclamações sobre os número de “bicões”, pessoas que não estavam ligadas aos desfiles paradas na pista durante os intervalos, o que atrapalha a limpeza antes da próxima escola desfilar.