Galeria de arte a céu aberto revela novos ângulos do Morro da Providência
Seguindo o conceito casa-tela, retratos de cinquenta moradores da comunidade, de crianças a idosos, vão compor um grande painel de lambe-lambes
Não é de hoje que fotógrafos e artistas mostram a cidade do ponto de vista da região onde se formou a primeira favela do Brasil, em 1897, quando ex-combatentes da Guerra de Canudos retornaram ao Rio e improvisaram alojamentos na encosta do morro hoje conhecido como Providência, na Gamboa.
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A área, imortalizada em registros dos geniais Marc Ferrez e Augusto Malta, assim como na tela Morro da Favela, de Tarsila do Amaral, virou uma grande vitrine de arte urbana a céu aberto, dentro do projeto Galeria Providência, com grafites e outras intervenções em muros e fachadas.
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“Seguindo o conceito casa-tela, a galeria é o próprio morro e está sempre em construção”, resume o dançarino de hip-hop e produtor cultural Hugo Oliveira, nascido por lá e idealizador da iniciativa. Em novembro, no aniversário do morro, retratos de cinquenta moradores da comunidade, de crianças a idosos, irão compor um grande painel de lambe-lambes. “É uma maneira de dizer: estamos aqui, vivos. Quando as transformações da cidade vão nos alcançar?”, cutuca Hugo, que estará neste sábado (18) no Festival Cultural Novembro Negro: 4º Edição – Edição Especial na Pequena África, promovido pela Casa Amarela Providência, falando sobre a galeria.