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O ABC do samba

A um mês do Carnaval, VEJA RIO preparou um glossário com mais de 50 palavras e expressões do mundo do samba que você provavelmente não conhece, mas vai gostar de aprender antes de se jogar na folia

Por Louise Peres
Atualizado em 5 jun 2017, 14h41 - Publicado em 20 jan 2012, 16h41
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  • Você sabe o que é boi na abóbora? Pode parecer, mas não se trata de um prato típico do nordeste. E cintura larga? Não, não estamos falando da ampla circunferência abdominal de ninguém. Esses são apenas dois dos inúmeros termos que fazem parte do vocabulário de quem vive o mundo do samba e do Carnaval. Comuns para sambistas, pesquisadores e membros das agremiações e comunidades carnavalescas, essas palavras soam quase como outro idioma aos ouvidos de quem pouco entende do assunto. Para familiarizar você, folião leigo, com essas e outras expressões da festa de Momo, VEJA RIO pediu a ajuda de quatro entendidos deste universo: Bruno Filippo, jornalista e sociólogo; Luis Carlos Magalhães, comentarista; Moacyr Luz, compositor; e Sergio Garcia, jornalista e editor de VEJA RIO. Neste carnaval, além da letra do samba, você também vai querer ter essa lista na ponta da língua.

    A

    Atravessar – É quando um setor da escola canta uma parte do samba e outro setor canta outra.

    Agogô – Instrumento com duas ou até dez hastes de metal, que produz um som estridente. É característico do Império Serrano.

    Alas da comunidade – Como são conhecidos os setores da escola que ganham fantasia, geralmente formado por pessoas da localidade da agremiação.

    Baluarte – são os pilares ainda vivos de uma escola de samba. Aqueles que tiveram atuação importante para uma escola ser o que é.

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    B

    Bateria Surdo 1 – Como é conhecido o conjunto da Mangueira, cuja característica é não ter o surdo de resposta.

    Boi com abóbora – Samba ruim, medíocre, de má qualidade.

    Bossa – É o arranjo dos instrumentos feito nas paradinhas. Cada ano as escolas procuram mostrar bossas diferentes. A batida funk, criada pela Viradouro, é um exemplo.

    C

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    Carreteiro – É a levada rápida e padrão do tamborim.

    Cabeça do samba – Quando o compositor mostra só um refrão, só a primeira estrofe do samba.

    Cemitério de sambas – São os sambas que concorrem anualmente no concurso de escolha de samba enredo de sua escola. Se não vencerem, nunca mais serão ouvidos, com raríssimas exceções.

    Cintura larga – Quem não sabe sambar.

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    Concentração do Balança – Lugar no lado do setor par onde metade das escolas se arma para o desfile. É uma referência ao prédio conhecido como Balança mas não Cai.

    Corte – É o nome que se dá ao concurso de samba-enredo que as escolas promovem, geralmente entre julho e outubro. Nos cortes são eliminados muitos sambas, e no final da competição é consagrado o samba oficial do ano seguinte.

    D

    Dispersão – Local por onde saem as Escolas de Samba após o desfile

    Dizer no pé – Sambar.

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    Dolente – Um samba de andamento mais lento.

    E

    Enrolar a bandeira – Abandonar as atividades de sambista e/ou a forma de dizer que uma escola de samba acabou.

    Escritório ou Firma – Compositores que compõem sambas-enredos para diversas escolas no mesmo ano sem que a autoria lhes seja oficialmente dada, já que são assinados por outros nomes

    Esculacho – Termo usado para elogiar um samba ou apresentação de uma escola.

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    F

    Furiosa – Apelido da bateria do Salgueiro.

    I

    Invocada – Apelido da bateria da Grande Rio.

    Irritimista – Como são chamados os ritmistas de bloco que não sabem tocar.

    L

    Lá embaixo – Quando o sambista quer se referir ao local do desfile, pode usar a expressão “lá em baixo”, em vez de no Centro ou na Sapucaí. Exemplo: “Quando chegar lá embaixo, a Portela vai fazer bonito!”

    M

    Maracanã – Como é conhecido também o surdão, devido a seu formato gigantesco e redondo.

    Marcheado – Diz-se do samba acelerado demais.

    O

    Obrigatoriedades – Uma série de requisitos para serem cumpridos pelas escolas antes, durante e depois dos desfiles.

    P

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    Paradinha – É o breque da bateria, para retomar o samba em seguida.

    Pagodinho – Batida mais lenta e sincopada do tamborim.

    Para o ano – Expressão usada pelos sambistas antigos para se referir ao carnaval que virá. No lugar de “no ano que vem”, usa-se a expressão “para o ano”. Exemplo: “para o ano vou sair na bateria”.

    Partido – Estilo de samba geralmente determinado pela levada do tamborim.

    Passos marcados – Como são chamadas as alas que apresentam uma coreografia ao longo do cortejo.

    Pastora – Categoria das cantoras da velha guarda estendida as meninas que cercam as rodas de samba.

    Pavilhão – Nome pomposo, usado pelos mais antigos, para designar a bandeira da escola.

    Pegada – Samba que exige um andamento mais puxado.

    Pelo telefone – primeiro samba gravado, de autoria de Donga e Mano Alemão.

    Poeira – Situação inferior, a que uma escola fica submetida perante as demais em função do sua classificação no desfile. A posição que já ocupa ou passa a ocupar em relação ao desfile principal. Quando uma escola é rebaixada, diz-se que “foi para a poeira”.

    Porta-machado – No tempo dos ranchos, porta-machados eram os batedores que cercavam o casal de baliza e porta estandarte brandido “machadinhas”.

    Q

    Queijo – local onde os destaques ficam nas alegorias.

    R

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    Recuo da bateria – Espaço onde os ritmistas tocam durante o desfile. Há dois recuos na Sapucaí, entre os setores 2 e 4, e entre o 9 e o 11.

    Repique – Instrumento tocado com uma baqueta só, que puxa ou chama a bateria. É ele que inicia a “sinfonia percussiva”.

    Resplendor – Enfeite da fantasia preso ao ombro.

    Risco – desenho da fantasia para ser usado como modelo.

    S

    Samba de condomínio – Composição com muitos autores.

    Samba duro – Pode se dizer que é o samba “cantado com as pernas”. É quando o sambista mostra sua habilidade e destreza através de rasteiras derrubando o opositor.

    Samba de esquenta – Aquele que os componentes cantam quando a escola está pronta para iniciar o desfile e o samba enredo daquele ano.

    Samba de ida – É aquele que os componentes escolhem para se dirigirem ao ponto do desfile.

    Samba Frankenstein – Quando se juntam dois ou até mais sambas-enredo, uma prática cada vez mais comum nas escolas, como foi o caso da Beija-Flor este ano.

    Surdo de primeira ou de marcação – É o instrumento maior e o mais importante da bateria, que dita todo o andamento musical.

    Surdo de recorte – Também chamado de surdo de terceira, ele é menor e mais nervoso, fragmentando o samba o tempo todo.

    Surdo de segunda ou de resposta – Dialoga com o surdo de primeira, com afinação um pouco mais aguda.

    T

    Talabarte – Faixa atravessada no peito onde se prende o instrumento.Tirar onda – Diz-se da bateria que aproveita certos momentos da melodia do samba para fazer floreios rítmicosTripé – Um tipo menor de alegoria.

    V

    Vai subir – Termo usado pelo mestre de bateria, com o dedo indicado apontado para cima, para avisar a retomada do samba após o último refrão.

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