Em menos de meia hora, um aposentado carioca perdeu 60 mil reais, em 11 transferências para contas diferentes, além de duas compras de 200 reais no cartão de crédito. Antonio Manoel Trindade Martins foi induzido a baixar aplicativos que deram total controle de seu celular a bandidos que se passaram por funcionários do Banco do Brasil.
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“Me ligaram como se fosse ligando do Banco do Brasil. E no visor do celular, aparecia o número do banco”, disse o aposentado ao Bom Dia Rio, da TV Globo. Martins nem desconfiou que estava sendo enganado, pois quem ligou tinha várias informações pessoais dele. Os golpistas falaram que havia “uma ameaça”. “Estavam querendo tirar 9.500 reais da minha conta, e a ‘segurança do banco’ precisava verificar”, detalhou.
Ele disse que foi orientado a baixar dois aplicativos no celular: um antivírus e outro que permite o acesso remoto ao aparelho. Os golpistas também pediram que ele escrevesse cartas de próprio punho para três setores do banco — uma estratégia dos bandidos a fim de distraí-lo e ganhar mais tempo para roubar o dinheiro da conta.
“Quando chegou na terceira carta, eu falei: ‘Escuta, estou vendo aqui uma movimentação na conta de Pix. O banco não está averiguando para ver se não tem alguma ameaça? Por que o banco está mexendo em Pix?’ Nisso, desligaram, o golpe estava feito”, narrou.
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A Polícia Civil investiga o caso. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), no primeiro semestre deste ano foram registrados 61.932 casos de estelionato no estado do Rio, mais que o dobro do que no mesmo período do ano passado: 29.303 queixas.
Em nota, o Banco do Brasil disse que não liga para os clientes para informar sobre atualizações de segurança, porque elas são automáticas. E que não pede dados sensíveis, como senhas ou número do cartão. O banco disse, ainda, que o telefone 4004-0001 apenas recebe chamadas, e não é usado para fazer ligações para os clientes. E que analisa todas as contestações de movimentações financeiras não reconhecidas.