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Graça Gomes criou bancas que funcionam como bibliotecas públicas

Produtora cultural é a idealizadora do projeto Banca de Livros 

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 11h41 - Publicado em 7 nov 2015, 00h00
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  • Nascida em uma família humilde, cujos pais não tiveram oportunidade de frequentar a escola, a produtora cultural Graça Gomes não dispunha de livros em sua casa na infância. É especialmente significativo, portanto, que hoje, aos 61 anos, formada em três faculdades, ela seja a mente por trás do projeto Praça da Leitura. Instituído em 2002, o programa tem como objetivo disseminar o hábito de ler através de oficinas de escrita, leitura e narração de histórias em espaços públicos e escolas. Há dois meses, ela deu um passo além com uma iniciativa correlata: a Banca de Livros — são pequenas bibliotecas abertas, que emprestam obras literárias a qualquer interessado. “Senti a necessidade de criar algo que incentivasse a leitura como um hábito regular. Era preciso proporcionar o acesso aos livros, que não são baratos”, explica.

    “Fico feliz em poder facilitar o acesso à leitura, algo que eu não tive na minha infância”

    Presentes em cinco locais — na Vila Olímpica de Vila Isabel, no Morro da Babilônia, no Parque das Ruínas e em dois pontos na Vila Olímpica da Mangueira —, as bancas funcionam de terça a sábado. Para pegar um livro emprestado, é necessário apenas fazer um cadastro e comprometer-se a devolvê-lo em quinze dias, período que pode ser estendido até completar um mês. Cada banca foi inaugurada com um acervo de 300 volumes, de clássicos da literatura a blockbusters como os das séries Harry Potter e Jogos Vorazes. O sucesso da iniciativa, no entanto, fez com que esse número tivesse de ser duplicado com títulos obtidos por meio de doações. A princípio, o projeto durará até junho de 2016, quando acaba o contrato com o patrocinador que o viabilizou, mas a idealizadora já estuda formas de poder estender esse prazo. “Agora que conseguimos mudar o hábito das pessoas e incluir a leitura na rotina desses bairros, temos um compromisso. Não podemos mais tirar as bancas de lá”, afirma Graça, que sonha ainda em expandir a ação para outros locais. “Fico feliz em poder facilitar o acesso à leitura, algo que eu não tive na minha infância.”

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