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Grafite na decoração

Cariocas apostam no grafite para decorar suas casas. Veja quem faz e dicas para levar a arte urbana das ruas para as suas paredes

Por Louise Peres
Atualizado em 2 jun 2017, 13h08 - Publicado em 6 Maio 2014, 18h48
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  • Eles não se limitam mais aos muros e fachadas da cidade. Originada nos espações públicos e encarada como uma manifestação artística transgressora, cujas raízes estão na pichação, a arte do grafite agora preenche paredes das casas dos cariocas. ?As pessoas se cansaram do papel de parede, e o grafite traz um elemento surpreendente ao cômodo. É como se fosse uma tatuagem nova, algo que o dono da casa tem orgulho de exibir quando recebe uma visita?, argumenta Bruno BR, que ao lado de Toz integra o coletivo pioneiro na difusão do grafite no Rio, ainda no fim da década de 90. Nos últimos anos, são cada vez mais frequentes as solicitações de arquitetos pelo trabalho desses artistas.

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    O grafite percorreu um caminho muito peculiar até chegar às residências. ?Nosso trabalho ganhou muros, as laterais de prédios, depois firmou presença na moda, até finalmente preencher o quarto das crianças, ambientes mais lúdicos e que recebiam com mais facilidade as cores e formas do grafite. Hoje a sala virou o alvo principal?, conta BR, que foi o responsável pelo trabalho no espaço de convivência da empresária Zazá Piereck, proprietária do Zazá Bistrô, em Ipanema. ?A maior parede da minha sala era um espaço de difícil solução: uma porta imensa cobre a parede quando aberta, o que impossibilitava colocar um quadro ou outra obra pendurada, Só dava para trabalhar com cores e texturas. Pensei então que seria melhor ainda combinar as cores com belas formas. Dei carta branca para que ele criasse o que quisesse”, afirma ela. O grafiteiro, então, manteve o fundo branco para preservar a claridade do ambiente, cercado por paredes de vidro, e abusou das cores em um desenho leve e abstrato.

    Quem escolhe inserir um trabalho em spray nas paredes terá, sem dúvida um efeito principal no ambiente: o ar de modernidade típico da arte urbana. ?Resolvi grafitar a parede do meu quarto porque estava sentindo necessidade de um ambiente mais moderno. A decoração anterior era o oposto, com objetos antigos e a pintura da parede clara e lisa?, explica a psicóloga Daniela Pereira, que contratou o artista Fabio Ema para transformar o cômodo. Ao grafiteiro, ela pediu figuras marcantes, mas ao mesmo tempo com cores suaves. ?O momento de vida que eu estava pedia algo mais descolado, e o impacto que teve foi estar completamente diferente do resto da casa?, diz ela.

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    Pensa em aderir ao grafite em casa? Tenha em mente alguns fatos:

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    – Um trabalho leva, em média, de 1 a 2 dias para ser concluído (obviamente, esse prazo pode oscilar em função do tamanho da arte).

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    – Uma obra de arte urbana dentro de casa requer um bom dinheiro. Bruno BR, por exemplo, cobra de 3 a 10 mil por trabalho. ?Depende do tamanho da arte, mas gira em torno disso?, diz.

    – Evite desenhos e cores pesadas, como figuras em que predominam o preto e tons escuros. A ideia é fazer um trabalho decorativo, que se destaque, mas que deixe o ambiente leve e agradável.

    – Conheça o artista e o seu trabalho antes de contratá-lo, para saber o que esperar do resultado. “E muito cuidado para não encarar o grafite apenas como ‘decoração’. É uma arte”, diz Zazá.

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