Entidade homenageada no enredo da Grande Rio, escola de samba vencedora do Carnaval carioca neste ano, Exu poderá ser reconhecido como Patrimônio do Rio. A ideia é do projeto de lei apresentado pelo vereador Átila A. Nunes (PSD) na Câmara Municipal do Rio, com a proposta de desmistificar e combater o preconceito religioso contra o orixá, muitas vezes demonizado de forma equívoca.
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Protocolado na última quarta (29), o projeto deverá passar por duas votações em Plenário, e caso seja aprovado, seguirá para sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes. “Com muita coragem, a escola de Duque de Caxias levou para a Sapucaí um desfile que fala dos Exus, que tanto são olhados de uma forma completamente errada. Eles nada mais são do que protetores. Temos que respeitar aqueles que têm nos Exus os seus protetores. E tenho certeza de que a Grande Rio deu uma lição e, por coincidência ou não, ganhou e foi brindada com essa vitória, que carrega uma mensagem de rompimento do preconceito religioso“, escreveu Átila A. Nunes em uma publicação em sua rede social após a vitória da escola de samba.
Consagrada campeã pela primeira vez na última terça (26), a agremiação de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, arrebatou o público na Marquês de Sapucaí e gerou repercussão nas redes sociais com seu enredo “Fala, Majeté! As Sete Chaves de Exu”, com uma mensagem em combate à intolerância religiosa. Um dos grandes destaques do desfile foi a representação de Exu pelo ator Demerson D’Alvaro na comissão de frente da escola, coreografada por Helio e Beth Bejani. A escola repete o desfile, já considerado histórico do Carnaval, neste Sábado das Campeãs (30).
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Cultuado por religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, Exu é considerado o mais humano dos orixás e conhecido como um mensageiro, elo de comunicação entre as divindades e os humanos, além de ser guardião dos templos, das casas, das cidades e das pessoas.