Memória da cidade
Ele foi comentarista de futebol, técnico da seleção e chegou a se candidatar a vice-prefeito da cidade, nos anos 80, pelo Partido Comunista Brasileiro. O gaúcho João Saldanha é tema do documentário de André Iki Siqueira e Beto Macedo, finalizado em 2011 e que acaba de chegar ao formato DVD. O filme traz todas as polêmicas em que se envolveu esse botafoguense doente, que sempre introduzia seus comentários, no rádio ou na TV, com o popularíssimo “meus amigos”. Morreu em 1990, quando estava na Copa da Itália, já muito doente, a serviço da Rede Manchete. Confira à direita algumas histórias desse personagem inesquecível ? na foto ao lado, brincando o Carnaval na Banda de Ipanema.
Dia de festa (e de compras) na Lapa
Tudo começou em 6 de outubro de 1996, e vem acontecendo religiosamente no primeiro sábado de cada mês – mas na semana passada a Feira Rio Antigo, na Rua do Lavradio, na Lapa, não abriu, por causa das eleições que se aproximavam. Assim, somente neste sábado (13) ela vai comemorar seus dezesseis anos, com shows e aulas de recuperação de móveis. Se for até lá, redobre a paciência: a organização informa que, quando promove eventos paralelos, a feira recebe 10% mais de público, o que hoje beira 20?000 pessoas (ao lado, a evolução dos números). O boom de lojistas e frequentadores ocorreu a partir de 2006, época em que, além das antiguidades, itens de artesanato passaram a ser vendidos.
A biografia das escolas
Serão lançados no fim do mês os três primeiros livros da coleção Cadernos de Samba, que se propõe a contar a história das principais escolas do Carnaval carioca, em uma iniciativa da editora Verso Brasil. A primeira fornada traz Portela, Beija-Flor e uma sacada bem bacana: um tomo que reúne cinco agremiações que já foram bem maiores do que são hoje. Uma delas até já “enrolou a bandeira”, ou seja, desapareceu, sumiu, acabou – a Tupi de Brás de Pina. As outras quatro são Unidos do Jacarezinho, Vizinha Faladeira, Unidos de Lucas e Em Cima da Hora. Sobre esta última, há um capítulo inteiro falando do antológico samba-enredo Os Sertões. Mangueira e Salgueiro estão na pauta para 2013.
Dom da ubiquidade
Nas décadas de 80 e 90, ele era figura fácil na noite. Badalava tanto que apareceu num livro sobre “anônimos famosos” do Rio. Ali Sady Bianchin era apresentado como alguém que teria o dom da ubiquidade, podendo estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Hoje com 50 anos, reaparece para dar vida, em parceria com o sociólogo Bruno Filippo, à Escola de Arte, Cultura e Eventos (Eace), novo braço de pós-graduação da Facha. Ele relembra a rotina de um dia normal de sua vida: “Saí da peça em Ipanema, jantei no Baixo Gávea, depois me convidaram para uma festa em Santa Teresa e, quase de manhã, no Leblon, participei do projeto Corujão da Poesia.” Os próximos cursos da Eace serão sobre história do rádio e jornalismo de moda. Ele certamente estará lá – e em quatro outros locais simultaneamente.
Tênis, planta ou arte?
O que acontece quando uma artista plástica resolve visitar uma fábrica de calçados e o diretor de marketing da empresa está passando ali perto? Dá nisto: o tênis-planta. A pintora Helen Pessanha descobriu alguns exemplares desprezados num canto da linha de montagem da Limits, em Vila Isabel (os modelos de número 42 eram peças piloto, não seriam vendidos). Resolveu transformá-los em obras de arte, ou algo próximo a isso, ao desenhar pontos turísticos cariocas nos pares. Aí, o marqueteiro Neilson Leal achou por bem mudar o conceito da peça para o que, segundo ele, po-
deria ser um vaso, somando-lhe terra e folhas de peperômia. Pronto: desde a semana passada as criações da dupla enfeitam a vitrine dos cinco endereços da marca no Rio.