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Dez motivos para visitar a Ilha Fiscal

Reformada, construção do século XIX tem relíquias dos tempos do Império e vista deslumbrante da Baía de Guanabara.

Por Ernesto Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 16h07 - Publicado em 17 ago 2011, 16h28
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fiscal7.jpg (Redação Veja rio/)
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Galeria de fotos: Castelinho guarda tesouros do século XIX

Visto por quem aterrissa no aeroporto Santos Dumont ou anda de barca, o castelinho neogótico da Ilha Fiscal se destaca na paisagem da Baía de Guanabara. Se de longe ela é imponente, de perto impressiona pelo trabalho artesanal feito por escravos na resistente pedra do tipo gnaisse. Os blocos eram retirados da região hoje ocupada pelo shopping Rio Sul, em Botafogo. Foram necessários sete anos para concluir a obra, inaugurada com pompa pelo imperador Dom Pedro II, em 1889. A ilha faz parte do Espaço Cultural da Marinha e recebe cerca de 300 mil visitantes por ano. Apesar do desgaste imposto pelo vento constante e a maresia, mantém-se conservada com constantes reformas. Este ano, foram recuperados o cais, danificado após uma ressaca em 2010, a vegetação e a fachada e, até outubro, será finalizada a pintura externa. Está prevista ainda a instalação de uma cafeteria ali.

1- O castelo

A construção imita a arquitetura medieval da região de Provence, na França. São sete mil metros quadrados de área construída na inicialmente chamada Ilha dos Ratos. Posicionado estrategicamente em frente ao cais da Praça XV, passou a abrigar funcionários da alfândega. Além de dormir, trabalhavam ali na inspeção das cargas que chegavam ao Rio. A função dos trabalhadores acabou por definir seu novo nome: Ilha Fiscal. Poucos sabem, no entanto, que o castelinho também guiava os navegadores. Como uma bússola, aponta os pontos cardeais e sua fachada está na direção exata do Polo Sul. A torre mais alta exibe em seus quatro lados um relógio que, em outros tempos, fornecia a hora correta aos atracados no porto.

2- A importância histórica

Feito para ser uma joia da coroa, abrigou um dos mais importantes eventos da história do Brasil: o último baile do Império. Foi um festão. Realizado em 9 novembro de 1889, simbolizou a ostentação da monarquia com números impressionantes. Três mil pessoas compareceram ao evento, que trabalharam 50 cozinheiros e 150 copeiros. Foram servidos 20 mil sanduíches e 10 mil litros de cerveja, além de 188 caixas de vinho e 80 de caixas de champanhe. Na pista de dança, todos se apertavam no espaço exíguo para dançar valsa e o hit da época, Chiquinha Gonzaga. Aquela, no entanto, seria a última festa com da família imperial. Enquanto monarquistas se divertiam, militares tramavam o golpe. Seis dias depois, tomaram o poder e instauraram a era republicana no país. E Dom Pedro II partiu para o exílio com a corte. Em 1893, a ilha foi marcada por outro fato histórico: a Revolta da Armada. Na ocasião, violentos combates entre rebelados e o governo de Floriano Peixoto destruíram as vidraças do castelo.

3- O Passeio de barco

Apesar de ser ligada a terra, os visitantes chegam à ilha a bordo de uma charmosa escuna. O barco fica ancorado próximo à Praça XV e o passeio, que dura 15 minutos, é acompanhado por guia. O barco circunda a Ilha Fiscal e oferece ao visitante a espetacular paisagem com vista para o Pão de Açúcar, a pista do aeroporto Santos Dumont e a Ponte Rio-Niterói.

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4- Brazão

Acima do portal de entrada, a bela obra de arte pode passar despercebida pelo visitante desatento. Com desenho feito pelo renomado pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768 – 1848) é o maior brazão produzido no Império. Foi esculpido por um escravo e quase destruído após a queda da monarquia por republicanos que desejavam apagar registros do governo anterior. Salvou-se graças ao empenho do engenheiro responsável pela construção do castelo, Adolpho Del Vecchio.

5- Vitral

São uma atração a parte na decoração do castelinho, que é ornamentado por dentro com desenhos e símbolos da monarquia. Nos vitrais trazidos da Inglaterra, homenagens a Dom Pedro II, que estampa uma janela, e a Princesa Isabel, desenhada em outra janela em frente a ocupada pelo imperador. De tão perfeitas, as pinturas parecem estar em alto relevo. O cenário fica ainda mais sofisticado com as luminárias pintadas com pó de ouro.

6- A varanda

Após subir uma escadaria de 38 degraus simetricamente talhados na pedra, chega-se ao segundo e belo andar. O ambiente continua conservado com mobília tal qual era em 1889. A direita do salão fica um dos ambientes mais impressionantes do castelinho: a sacada. De frente para a entrada da Baía de Guanabara, é possível avistar toda a região. Era o ambiente preferido de Dom Pedro II, que gostava de ficar horas ali apreciando a paisagem enquanto bebia água de coco retirado de coqueiros da ilha.

7- Galeota Imperial

Ao voltar do passeio de escuna, outras atrações aguardam o visitante. Guardado por dois canhões holandeses de 1634, o belíssimo barco esculpido em madeira nobre e folheado a ouro foi um presente do Brasil para Dom João VI. A embarcação foi feita na Bahia e entregue ao rei em 1818. Restaurada em 2008, voltou a exibir o dourado reluzente dos tempos em que era usada pela família real para passeios na Baía de Guanabara. Esteve presente em momentos históricos. Em 1821,quando Dom João deixou o poder, usou a galeota para chegar até o navio que o levaria embora do país. Também foi usada por pelos convidados no grande baile da ilha fiscal, em 1889.

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8- Nau

Reproduz as embarcações portuguesas usadas para desbravar o mundo em no século XVI. Construída para as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, em 2000, passou por reforma em 2010, quando foi ancorada na Praça XV. Por dentro, recriam-se ambientes de época, como o camarote do comandante e a cozinha insalubre. Podia transportar cerca de 100 pessoas.

9- Submarino Quem entrar pela arma de guerra aposentada consegue ter uma ideia de quão claustrofóbica é a embarcação. Entre fios e torpedos, o visitante pode percorrer todo seu comprimento e passar pela sala do torpedo, o quarto do comandante e a sala de controle. Construído nos anos 70, foi usado para treinamento na costa até 1997, quando tornou-se peça de museu. Em sua velocidade máxima, o colosso de metal alcançava 40 Km/h e podia atravessar o oceano Atlântico sem submergir. No exíguo espaço podiam viajar até 60 pessoas.

10- Programação Infantil

Além das atrações para todas as idades, os pequenos podem assistir a uma programação voltada para eles. Permanentemente em cartaz, a peça “De volta para o passado” aborda de forma divertida temas históricos, como o Descobrimento do Brasil e a Monarquia. Guias também fazem passeios especiais para os pequenos, que devem ser agendados com antecedência e organizam oficinas de arte, em que a criança cria desenhos e origamis.

Serviço:

Centro Cultural da Marinha: Avenida Alfred Agache, s/nº, Praça XV, de 12h às 17h. Grátis.

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Passeio de escuna para a Ilha Fiscal: de quinta a domingo – 12h30, 14h e 15h30. Como a procura é grande, recomenda-se agendar antes pelos telefones 2104-6721 ou 2104-6992. R$ 10,00.

Programação infantil:

Espetáculo De volta para o Futuro: sábados e domingos, 14h30 e 16h. Grátis.

Oficinas de arte: Sábado e domingos, 15h às 15h50.

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