Os vereadores Paulo Pinheiro (Psol), Reimont (PT), Tarcísio (Psol) e Teresa Berger (PSDB) participaram de uma reunião na Câmara Municipal no começo da tarde desta segunda (9). Ao todo, nove parlamentares se reuniram para preparar um documento que solicitará a convocação extraordinária dos membros da casa.
A medida é o primeiro passo para a discussão sobre o impeachment do Marcelo Crivella e depende da aprovação do presidente da Câmara Jorge Felipe para ser autorizada. Felipe não estava na reunião. “Temos indícios suficientes de improbidade e de crime eleitoral que podem levar o prefeito ao impeachment. Mas o primeiro passo é reunirmos as 17 assinaturas para interromper o recesso”, defende Teresa, que foi secretária de assistência social da atual gestão. “Os vereadores não podem permanecer de férias no meio desse vendaval”, argumenta ela.
Na última semana, o prefeito teve trazidas à público declarações interpretadas como ofertas de privilégios a integrantes de igrejas evagélicas. As falas foram gravadas em uma reunião no Palácio da Cidade na última quarta (4). A acusação de favorecimento é negada pela prefeitura (leia nota oficial na íntegra ao fim da reportagem). A princípio, a Câmara segue em recesso até 1º de agosto. Porém, caso o pedido de afastamento seja julgado procedente pelos parlamentares, Crivella seria afastado do cargo por seis meses.
No início da tarde, o colunista Ancelmo Góis do jornal O Globo noticiou o pedido de demissão de Inni Vargas, chefe de comunicação de Crivella que trabalhava com o prefeito há seis anos, desde quando ele exercia seu mandato de senador. A profissional atribuiu a saída a motivos pessoais, embora a imprensa comente que a decisão poderia estar relacionada ao fato do prefeito não ouvir suas orientações em relação à estratégia de comunicação.
Leia a nota completa enviada pela prefeitura:
A Prefeitura do Rio informa que a reunião citada teve como objetivo prestar contas e divulgar serviços importantes para a sociedade, entre eles o mutirão de cirurgias de catarata e o programa sem varizes. A Prefeitura conta, inclusive, com o apoio dos meios de comunicação para ampliar essa divulgação.
Desde o início de sua gestão, o prefeito Marcelo Crivella já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade.
Vale lembrar que, ao final do governo passado, parte da imprensa foi convidada para uma festa, essa sim com todas as pompas e circunstâncias, nas dependências do mesmo Palácio da Cidade, em que foi servido champanhe à vontade. Só esse evento custou cerca de R$ 200 mil aos cofres do município.