Diversos meios de comunicação europeus repercutiram a notícia da morte da turista espanhola baleada por policiais militares na favela da Rocinha nesta segunda (23). Os principais jornais, principalmente os espanhóis, deram destaque ao ocorrido.
María Esperanza Jiménes Ruiz, de 67 anos, era uma conhecida empresária do ramo imobiliário na pequena cidade de Porto de Santa Maria, na Andaluzia, região ao Sul da Espanha. Nesta terça (24), a prefeitura da cidade decretou luto oficial por sua morte. Além de bandeiras a meio-mastro, a prefeitura informou que os funcionários da Câmara Municipal fizeram um minuto de silêncio em homenagem à memória da turista morta no Brasil.
O jornal espanhol El País deu destaque à comoção causada pela notícia na pequena cidade, que tem apenas 90 mil habitantes. O periódico citou a discordância entre as versões dos policiais militares envolvidos no caso e das pessoas que estavam no carro com Maria Esperanza. Tanto o irmão da vítima e sua cunhada quanto o motorista afirmaram não ver nenhuma barreira policial. A versão da polícia é de que o carro em que estavam havia desrespeitado o bloqueio. O El País ressaltou ainda a gravidade das tensões causadas pelo conflito armado entre narcotraficantes na favela carioca.
Já o diário El Mundo, em sua página na internet, noticiou a prisão de dois agentes e afirmou que a Polícia Militar, em comunicado, reprovou a atuação deles. De acordo com o manual de abordagem da PM, os agentes não deveriam ter disparado e, sim, perseguido e bloqueado a passagem do veículo.
O jornal francês Le Figaro também noticiou a morte da espanhola na favela da Rocinha. “A polícia do Rio de Janeiro anunciou hoje que mataram acidentalmente uma turista espanhola visitando uma favela onde dois agentes ficaram feridos em confrontos com traficantes algumas horas antes”, diz o texto desta segunda (23).
Em Portugal, o Diário de Notícias também repercutiu o caso, ressaltando que, diante da incapacidade da polícia local para controlar a situação, o governo federal enviou em agosto deste ano 8.500 militares para impedir conflitos entre os traficantes que disputam o controle das favelas. O Diário afirmou ainda que a Rocinha é uma das favelas que mais sofrem com o aumento da violência no Rio de Janeiro.