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Com obras contra incêndios atrasadas, prédio do Arquivo Nacional pega fogo

Não houve feridos nem danos ao acervo, mas é no bloco atingido que está guardada grande parte dos documentos, como a Lei Áurea e a Constituição de 88

Por Da Redação
4 abr 2022, 13h32
Arquivo Nacional
Arquivo Nacional (Arquivo Nacional/Divulgação)
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Um incêndio atingiu as dependências do Arquivo Nacional – onde até 1985 funcionou a Casa da Moeda do Brasil, na Praça da República, no Centro – na madrugada de sábado passado (2). O fogo atingiu a recepção do bloco F, no complexo de prédios da instituição, que é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Não houve feridos.  Segundo nota do Governo Federal, também não houve danos à estrutura do conjunto, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nem ao acervo. As informações são do site Brasil de Fato.

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Fontes ouvidas pelo Brasil de Fato, no entanto, consideraram o incêndio como grave, por ter destruído algumas salas no 1º andar do prédio, embora não tenha atingido documentos. De acordo com os bombeiros, o incêndio foi causado por um curto-circuito nos no-breaks de uma das salas. A corporação foi chamada porque o sistema anti-incêndio do prédio não foi o suficiente.

O Bloco F é um prédio de depósito, onde está guardado grande parte do acervo do Arquivo Nacional – incluindo documentos como a Lei Áurea e a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Segundo as fontes, não identificadas, os funcionários já vinham alertando que o prédio vinha sendo usado como depósito de materiais, o que não é adequado. O edifício está passando por obras anti-incêndio, que deveriam ter sido entregues no fim de 2021. A reforma visa a cumprir as exigências do Corpo de Bombeiros do Estado e está sendo custeada com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O valor estimado para as obras é de 7,8 milhões de reais.

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Ao todo, o Arquivo Nacional abriga mais de 55 km de documentos textuais, 1,74 milhão de fotografias e negativos, milhares de filmes e outras relíquias disponíveis a pesquisadores e a qualquer cidadão, em formato físico e digital. O incêndio aconteceu num momento em que se gestões ligadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) são acusadas de tentar interferir em patrimônios valiosos à memória do país, como os arquivos da ditadura. Assinado por Bolsonaro em agosto de 2019, o Decreto 10.148 tirou do Arquivo Nacional a responsabilidade de aprovar ou não a eliminação de documentos federais. Em novembro de 2021, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar a nomeação de Ricardo Borda D’Água Braga para o cargo de diretor-geral da instituição. Sem qualquer experiência na área, a nomeação de Braga foi contestada por entidades ligadas à arquivologia, ciência da informação e história.

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