A vida atribulada de Ingrid Guimarães não deixa em nada a dever à de Alice, a executiva atarefada que se desdobra em mil para equilibrar carreira, filho e marido na comédia De Pernas Pro Ar, vista por 3,6 milhões de pessoas em 2011. A personagem, aliás, é uma das responsáveis pelo momento profissional intenso da atriz: ela acaba de filmar a sequência do longa, com estreia prevista para 28 de dezembro deste ano. Além dos compromissos com o filme, Ingrid acumula ainda a apresentação do programa Homens Possíveis, no canal GNT, e a preparação para sua volta aos palcos, em agosto, com a peça Razões Para Ser Bonita, de Neil Labute. “Eu me identifico muito com a Alice. Como toda mulher, preciso rebolar para dar conta de tudo. E, para lidar com o tempo curto, aprendi a priorizar o que é importante”, conta ela. Após voltar de Nova York, onde durante uma semana rodou cenas de De Pernas Pro Ar 2, a atriz goiana revela a VEJA RIO seus programas e lugares favoritos no Rio, cidade onde vive há trinta anos. E confidencia: é aqui que ela aproveita os raros momentos de folga, descansa, recarrega as energias e curte a filha, Clara, de dois anos, e o marido, o artista plástico René Machado.
Vocês filmaram algumas cenas de De Pernas Pro Ar 2 em Nova York e outra boa parte do longa no Rio. Como foi trabalhar nas duas cidades?
Pra gente que já viu tantos filmes que se passam em Nova York, foi incrível. Aqueles lugares emblemáticos, Times Square, Central Park, Quinta avenida, todas essas locações são referências fortes. Eu sou da geração Sex and The City! Mas filmar no Rio também é super gostoso.
Como é ter a cidade como cenário?
É bom demais. Desde o primeiro filme usamos o Rio como parte dessa história. No novo, rodamos algumas coisas na Barra, onde o casal principal mora, em Ipanema e em Vargem Grande, no meio do mato, num lugar incrível que serviu de locação para o spa onde a Alice se hospeda. Mas sabe que, por causa do trabalho, eu estou revisitando muitas partes do Rio que eu não ia há tempos?
Quais?
No Homens Possíveis, vamos até onde o entrevistado está. Com isso, gravei em muitas locações legais. Fui da Rio Branco até a Gávea! Gravei na Tijuca com o Thiago Lacerda; com o Martinho da Vila, fui à Feira de São Cristóvão e comi uma maniçoba deliciosa! Um outro episódio fizemos na Lapa, num casarão lindo. Há quanto tempo eu não ia à Lapa! E, de quebra, voltei a lugares que fazem parte do meu dia a dia. Com o Luciano Huck, fomos de chinelo tomar um suco no Leblon. Já o Nelson Motta me levou para um passeio delícia pela praia de Ipanema.
Você tem um teatro preferido aqui?
Tenho muito carinho pelo Teatro das Artes, porque foi onde o Cócegas estourou. O Teatro Poeira também é um charme, porque tem sempre muita coisa boa rolando na programação. E o Municipal, né? É sempre emocionante entrar lá.
Que lugar no Rio marcou a sua adolescência?
Ipanema, onde eu morava. Cheguei aqui em 82 e lembro muito de ir ao Mistura Fina, andar por aquelas redondezas, os almoços com o meu pai, aqueles lugares todos. O Morro da Urca também fez parte dessa época.
E que espaço te faz lembrar o início da carreira?
A Casa de Cultura Laura Alvim. Ensaiei e fiz várias peças ali. A primeira foi Confissões de Adolescente, num porão onde cabiam 50 pessoas, e fazendo aquele sucesso todo, foi muito marcante para mim. O Cândido Mendes , onde estreamos Cócegas, também é especial.
Quando está aqui no Rio, o que você mais gosta de fazer?
Passear muito com a minha filha. Adoro almoçar fora, pegar um cineminha ou uma peça nos fins de semana… E gosto muito de descansar e aproveitar a minha casa também.
O que você faz no Rio quando quer desacelerar, dar uma relaxada?
O meu refúgio é Buzios. Tenho uma casa lá, e sempre que estou estressada, é para onde eu fujo com a Clara. Aqui no Rio, tenho o Jardim Botânico do lado de casa. Crio a minha filha ali! Tem muitas atividades legais, oficina de plantio, teatrinhos… E também o Parque Lage, por causa do meu marido, que é artista plástico e estuda lá.
Um programa família que você faz sempre?
Adoro tomar café da manhã com eles. Pelo menos uma vez por semana estamos lá no Parque Lage. Além desse, o Da Casa da Táta, na Gávea, e o café do Forte, no Forte de Copacabana, são os nossos preferidos.
Um bom programa para curtir com criança?
Gosto de ir ao Parque dos Patins, na Lagoa, alugar uma bicicleta e passear.
Tem uma praia preferida?
Eu sempre ia ao Leblon, mas agora vou mais brincar com a minha filha no calçadão. Por causa dos paparazzi, a gente pensa duas vezes antes de ir.
Um programa cultural bacana?
Por causa do René, vou muito a exposições. Ele abriu há pouco tempo a primeira individual dele, no CCJF. Vira e mexe fazemos passeios desse tipo, vamos conferir uma mostra ali pelo Centro e emendamos um almoço no Nova Capela.
Seu restaurante preferido?
Braseiro da Gávea, a gente é viciado! E eu também gosto muito de comida japonesa, vou muito ao Tenkai e ao Sushi Leblon.
O melhor visual do Rio?
A minha varanda! (risos). É sério, eu moro numa ladeirona atrás do Shopping da Gávea, no nono andar. Daqui tenho uma vista espetacular!
Um lugar que te inspira?
Ai, são tantos… eu adoro o Rio de Janeiro. Aquele pedacinho da Niemeyer, que eu pego sempre a caminho do Projac, é totalmente inspirador. Aliás, o Rio inteiro!
Você é de Goiânia. Alguma coisa no Rio te faz lembrar a sua cidade natal?
A Gávea, onde eu moro, tem um aconchego, uma coisa interiorana que me lembra muito a minha cidade. Conheço o cara da banca, da lavanderia, da padaria… Como a escola da Clara é perto, faço tudo a pé. Até o Shopping da Gávea, que é menorzinho que os outros, tem essa atmosfera familiar.
O Rio tem e não encontro em lugar algum…
A descontração, em qualquer momento ou ocasião, não importa qual! Aqui você tá de chinelo e tá chique. Essa coisa despojada me encanta, sabe? Chinelo aqui tá na moda sempre! (risos)