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…Ingrid Guimarães, atriz

1- Depois de ler Razões para Ser Bonita, do dramaturgo Neil LaBute, você decidiu montar a peça, que estreia no sexta (26). O que a atraiu no texto? Eu já havia visto outras montagens dele, como A Forma das Coisas e Gorda. Acho incrível como o autor retrata a mediocridade das pessoas, de um jeito […]

Por Rafael Teixeira
Atualizado em 5 dez 2016, 15h21 - Publicado em 19 out 2012, 21h21
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  • 1- Depois de ler Razões para Ser Bonita, do dramaturgo Neil LaBute, você decidiu montar a peça, que estreia no sexta (26). O que a atraiu no texto?

    Eu já havia visto outras montagens dele, como A Forma das Coisas e Gorda. Acho incrível como o autor retrata a mediocridade das pessoas, de um jeito quase cruel, quando o assunto é aparência. Mais uma vez o que está em jogo é a preocupação excessiva com o que os outros pensam de você.

    2- A sua personagem na peça sofre de uma insegurança enorme em relação à própria imagem. Você se identificou de alguma forma?

    Durante a minha adolescência, eu me sentia o patinho feio da turma: não tirava boas notas na escola, era péssima no balé, não gostava de piano. E é claro que essa questão estética aflige todo mundo em algum momento. Eu não me achava linda aos 13 anos, mas quem nessa idade se acha? Nem as bonitas.

    3- E hoje, o que vê diante do espelho?

    Uma mulher bonita e interessante. Agora já estou totalmente bem resolvida com isso.

    4- Você disse em uma entrevista que já ouviu muito, no ambiente profissional, se referirem à sua “beleza exótica”. Isso chegou a ser um empecilho para você conquistar papéis?

    No início da minha carreira, quando fazia testes, muitas vezes eu não tinha o padrão que a televisão queria. Então me dediquei ao teatro. Foi a coisa mais libertadora que fiz, porque construí uma trajetória mais autoral. De outro modo, eu não teria criado, por exemplo, a Leandra Borges (uma modelo excessivamente preocupada com a imagem), que é uma sátira a tudo isso e foi um grande sucesso.

    5- Até o fim do ano estreia De Pernas pro Ar 2. O primeiro filme, que você também estrelou, teve 3,6 milhões de espectadores. Qual é o segredo para atrair tanto público?

    Não tem receita. Talvez o filme tenha tido esse sucesso porque trata de pessoas reais. Minha personagem é uma figura com a qual toda mulher se identifica.

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    6- Sua personagem no filme é uma workaholic. Você também é assim?

    Desde que a Clara (sua filha, atualmente com 3 anos) nasceu, não sou mais tanto. Você redefine as prioridades. Mas acho que essa relação entre vida pessoal e trabalho ainda não foi bem resolvida pela mulher moderna.

    7- Você é casada há sete anos com o artista plástico René Machado. Como ele convive com o assédio que atrizes como você sofrem?

    Ele não gosta de aparecer. Quando a gente se casou, combinamos que respeitaríamos as exigências da profissão de cada um. Se eu tenho um evento e ele não quer ir, não vai e está tudo bem.

    8- Você é engraçada também na vida real?

    Não sou do tipo que faz gracinha, que fica contando piadas toda hora. E me chateia muito essa obrigação que as pessoas me impõem, de ser o tempo todo engraçada só porque sou comediante. Mas eu tenho um olhar divertido sobre a vida e gosto de contar histórias. No fim, tudo o que eu conto destaca esse lado.

    9- A peça Cócegas, fenômeno que você estrelou no teatro com Heloísa Périssé, vai ou não virar filme?

    Não. Tínhamos essa ideia fazia bastante tempo, mas desistimos. É uma montagem baseada em esquetes. São muitas histórias, ficaria difícil transpor para o cinema. Melhor ela ficar ali, imaculada, lembrada como uma coisa boa que foi.

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    10- Teatro, cinema e televisão: em qual deles você se sente mais à vontade?

    Claro que o teatro é a minha casa, foi lá que me criei. Por outro lado, ando apaixonada pelo cinema. Mas não importa o meio, eu me sinto bem em bons papéis.

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