A intervenção federal na segurança pública do Rio completa cinco meses nesta segunda (16) com indicadores que desanimam. Em seus 150 dias de vigência, a iniciativa viu o número de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras apreendidos no estado cair 39% em relação ao memso período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Observatório da Intervenção.
Entre 16 de fevereiro e 16 de julho do ano passado, 145 armas de fogo foram coletados em território fluminense – contra 92 em 2018. Além da queda nas apreensões, o Rio viu crescer a quantidade de tiroteios. Nos cinco meses que antecederam a intervenção, eles foram 2924. Já nos cinco meses posteriores, saltaram para 4005, o que representa um aumento de 29%.
As trocas de tiros vitimaram 46 agentes do estado, feriram 526 pessoas e causaram, ao todo, 637 mortes. São casos como o do menino Marcos Vinicius da Silva, morador dom Complexo da Maré. No último dia 20, ele morreu de uniforme durante uma ação policial na qual um helicóptero disparou tiros, 7 pessoas faleceram e, dos 23 mandados de prisão expedidos, nenhum foi cumprido.
Integrante do Observatório, a socióloga Sílvia Ramos vê a situação com preocupação. “Nosso diagnóstico é que o comando da intervenção investe muito em operações militares e pouco em inteligência”, afirma ela. “O resultado é o aumento daquilo que a população tem mais medo: bala perdida, fogo cruzado e tiroteios”, acrescenta. Na sua opinião, a presença das Forças Armadas no território fluminense não resultou em melhora na percepção de segurança por parte de seus moradores.