Duzentos mil é o número de pessoas, incluindo crianças, jovens e idosos, sem registro de nascimento no Rio de Janeiro. No Brasil inteiro, segundo estatísticas do IBGE, os chamados “invisíveis” são 2,7 milhões, o equivalente a 2,59% da população. Isso porque, sem certidão de nascimento, o cidadão não existe: não pode se vacinar, estudar, obter benefícios sociais, votar e ter um emprego formal.
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“A gente pensa que esse é um problema dos rincões do país, mas o Rio é uma caixa de ressonância muito forte da exclusão documental, até por receber muita gente de outros estados”, ressalta a jornalista Fernanda da Escóssia, autora do livro Invisíveis: uma Etnografia sobre Brasileiros sem Documento.
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Por dois anos, ela acompanhou o cotidiano de um serviço público gratuito de emissão de certidões instalado num ônibus na Praça Onze, no Centro. “Justiça seja feita, os órgãos públicos do Rio estão olhando para essa questão”, diz ela. A pandemia prejudicou o trabalho, mas, desde 2014, quando a Justiça Itinerante começou a prestar o serviço, foram registrados 30 000 atendimentos. Uma boa notícia.