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Covid-19: Isolamento social no Rio não atingiu patamar ideal

Monitoramento é feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Por Bruna Motta
Atualizado em 17 jun 2020, 18h57 - Publicado em 17 jun 2020, 18h56
Multa: lei que proíbe caixas de som na areia será regulamentada nos próximos dias
Multa: lei que proíbe caixas de som na areia será regulamentada nos próximos dias (/Arquivo/Veja Rio)
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Monitoramento feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostra que as taxas de isolamento no estado não atingiram patamares considerados ideais para reduzir a propagação do novo coronavírus. No último dia 12, o estado registrou a menor taxa desde que as medidas restritivas começaram a ser adotadas. Apenas 38,2% das pessoas não se deslocaram.

A maior taxa de isolamento foi 64,1%, verificada no dia 22 de março, um domingo após a primeira semana de implementação de medidas como a suspensão das aulas, fechamento de teatros e cinemas, divulgadas no dia 13 de março. Esse pico não voltou a se repetir e, desde o final de maio, a taxa praticamente não passa de 50% nos finais de semana e próximo dos 40% durante a semana.

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A taxa de isolamento ideal seria acima de 70%.Um estudo da Universidade Federal de Alagoas apontou em abril que, embora a referência mundial para controle da epidemia fosse de 70% de pessoas em distanciamento social e 30% expostas com a manutenção dos serviços essenciais, no Brasil, a taxa de 75% seria necessária para evitar mortes, principalmente, nas regiões onde o sistema de saúde é mais vulnerável.

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“Do ponto de vista geral de comportamento, diria que isolamento social não existiu de fato. Existiu um comportamento muito elogiável de parte da população, que entendeu a gravidade da situação, se protegeu e protegeu o semelhante. Mas, no geral, não se percebeu esse isolamento”, diz o professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), Guilherme Horta Travassos.

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Os dados fazem parte de um estudo conjunto realizado por pesquisadores da Coppe, do Núcleo de Computação Eletrônica e da Faculdade de Medicina da UFRJ. O isolamento social foi medido pela movimentação dos celulares em todo o estado. O dado mais recente mostra que, ontem (16), a taxa de isolamento foi 41,3%.

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Retomada

No último dia 5, o governador Wilson Witzel autorizou, em decreto, a reabertura gradual da economia fluminense. A medida determina o funcionamento de alguns setores do comércio e da indústria em horários específicos para evitar aglomerações. Shoppings, bares, restaurantes, igrejas, estádios e pontos turísticos puderam abrir as portas mediante cuidados.

“É um momento de muita cautela”, diz Travassos, explicando que as consequências de uma maior circulação de pessoas só são percebidas cinco dias após a movimentação – quando começam a aparecer novos casos de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Isso porque as pessoas contaminadas ficam alguns dias sem apresentar sintomas.

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“Em geral, a população não está entendendo a situação. Entende que o afrouxamento indica solução ou fim da epidemia, o que não é verdade. O momento é ainda de as pessoas ficarem em casa. Temos que continuar tomando atitudes de nos proteger e proteger o próximo, temos que estar atentos, usar máscaras”, alerta.

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