Porta aberta às mulheres: editora abre caminho a escritoras esquecidas
Janela Amarela edita obras como as da feminista, abolicionista e republicana Júlia Lopes de Almeida, que ajudou a fundar a ABL, mas não pôde ser imortal
Ao contrário de Machado de Assis e Olavo Bilac, a escritora carioca Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) ajudou a fundar, mas não pôde ocupar uma das prestigiadas cadeiras da Academia Brasileira de Letras.
+ Um Recreio em Portugal: número de imigrantes do Rio no país chega a 70 mil
+ Vai dar praia: Festival do Rio levará programação às areias de Copacabana
Autora de 22 livros, a contista, romancista, cronista e dramaturga defendia a abolição da escravidão, a República, o divórcio, a educação formal e os direitos civis das mulheres. Mas, como a ABL seguia o padrão das academias literárias da época — só passando a aceitar mulheres em 1977 —, quem acabou ficando com seu assento, o de número 3, foi o marido, o poeta português Filinto de Almeida, com quem promovia saraus e assinava textos sob o pseudônimo de “Julinto”. “
+ Esforço concentrado para dissolver sujeira que corre para mares do Rio
+ Jardim secreto de Burle Marx, escondido em prédio empresarial, ganha luzes
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
A impressão é de que começamos a brigar por essas coisas agora, mas já estava tudo lá na obra dela. Como alguém que circulou tanto foi esquecida durante tanto tempo?”, questiona Carol Engel, sócia da mãe, Ana Maria Leite Barbosa, na editora Janela Amarela, que se dedica a publicar escritoras brasileiras que foram sendo ignoradas com o passar do tempo. Só de Júlia, fora do mercado desde a década de 80, já foram lançadas oito obras.