Definido como “O Rio de Janeiro em forma de biscoito de polvilho – sem glúten”, na segunda edição do guia Carioca de A a Z, escrito pelo publicitário André Eppinghaus, o tradicional biscoito Globo foi avacalhado por um jornalista americano no último sábado (13), em uma reportagem no The New York Times, o mais influente jornal de língua inglesa. No texto, David Segal, que visitou a fábrica e provou o petisco, afirma que se trata de um lanche “sem gosto”, “símbolo perfeito do Rio – uma cidade em que o cenário de restaurantes é ‘meh’”. Por fim, detonou a culinária carioca, como um todo, citando-a como um “segredo infeliz” do Rio. As opiniões do americano enfureceram não apenas dos cariocas, mas os brasileiros, que se sentiram ofendidos e transformaram a internet num campo de batalha de memes e críticas à reportagem.
Nem mesmo chefs renomados se furtaram à disputa. Roberta Sudbrack, gaúcha radicada no Rio e dona do restaurante homônimo, no Jardim Botânico, que tem uma estrela no Guia Michelin, se manifestou através de seu perfil no Instagram: “Como uma carioca por adoção, deixo aqui o meu apoio ao @biscoitogloborj! Não se mexe com ícones culturais de um povo! Ainda mais os gastronômicos! Tudo é subjetivo! Mas, de Biscoito Globo o nosso afetivo entende! Biscoito Globo We Love It!”, escreveu.
Procurado por VEJA RIO para comentar a repercussão de seu texto no Brasil, o jornalista americano destilou o mesmo sarcasmo que demonstrou em seu artigo. “Uau, quantas perguntas! Eu estaria disposto a respondê-las, mas a escrita é o que eu faço para viver. O que quer dizer que eu sou pago para isso. Ficaria feliz em considerar escrever um ensaio para vocês, se entrarmos num acordo”, respondeu a VEJA RIO por e-mail.