Aos 32 anos, o advogado criminalista Rafael Faria vem se destacando na defesa de parlamentares e empresários da Lava-Jato no Rio. Já defendeu prefeitos de oito municípios, bem como o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Aloysio Neves. Após a delação do economista Carlos Miranda, na última semana, há quem sustente que Faria será o advogado do governador Luiz Fernando Pezão, acusado, junto ao ex-secretário de segurança José Mariano Beltrame, de receber uma mesada extra durante o governo Cabral. Faria falou a VEJA RIO.
Qual é a sua relação com Pezão? Somos amigos próximos, de tomar café juntos. Não temos relação profissional, uma vez que ele não está respondendo a nada. Existe uma crise de gestão do estado, mas o Pezão é uma pessoa de índole maravilhosa. Eu me preocupo muito com ele, e é claro que ele está preocupado também, pois a Lava-Jato criminalizou a política.
Como assim? Todo político agora é visto pela sociedade como criminoso, e isso me dá medo, porque houve o mesmo na Itália e eles ganharam de presente o Berlusconi, extremamente conservador. No Brasil, pode acontecer de o Bolsonaro virar presidente.
Qual é exatamente a sua visão da Lava-Jato? Ela teve uma função importante, precisávamos passar por isso. Também sou contra a corrupção, mas hoje denuncio os excessos da operação. A banalização da prisão preventiva é outro exemplo. Por causa das delações premiadas, você corre o risco de ser preso sem a mínima prova. Há muitos inocentes e muitas acusações exageradas.